Polícia Federal deflagra operação contra corrupção em cinco cidades de Minas Gerais

Marina Proton
mproton@hojeemdia.com.br
24/11/2020 às 09:51.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:07
 (Polícia Federal/Divulgação)

(Polícia Federal/Divulgação)

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (24) a Operação Iniquidade, para combater os crimes de peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa em cinco cidades de Minas Gerais, além de outros dois municípios localizados no Espírito Santo.

Vinte e seis mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Sete Lagoas e cumpridos em residências, empresas e escritórios de advocacias em Belo Horizonte, Nova Lima, Sete Lagoas, Teófilo Otoni e Carlos Chagas, além de Vila Velha e Pinheiros, no Espírito Santo. Segundo a PF, foram decretadas 18 medidas cautelares diversas, bloqueio de dinheiro de contas bancárias e investimentos, que totalizam cerca de R$ 65 milhões, sequestro de bens imóveis e indisponibilidade de veículos automotores.

Após relato de empresários de Sete Lagoas, as investigações identificaram indícios de crimes praticados durante a tramitação de processos de falência de duas empresas. De acordo com as informações, dois juízes, que não tinham relação entre si, teriam utilizado o processo para obtenção de vantagens indevidas, enquanto atuavam na 3ª Vara Cível da Comarca de Sete Lagoas. Um deles foi aposentado compulsoriamente em razão dos fatos investigados. Com os juízes teriam atuado advogados, administradores judiciais de falência e um servidor da justiça.

Ainda segundo as informações repassadas pela PF, um desses juízes, com o auxílio de uma advogada e um ex-assessor, teria aliciado diversos empresários, que financiavam e adquiriam créditos de falência, obtendo grandes somas com as transações.

Os valores pagos eram baixos, por conta do alto risco de receberem pouco em retorno, mas a recompensa se multiplicava após modificação completa do processo. Com isso, o magistrado determinava o pagamento desses créditos em proporção acima do esperado, com prejuízo aos demais credores, às fazendas Federal, Estadual e Municipal. O nome da operação faz referência às condutas ilícitas investigadas, que se traduzem em atos iníquos, contrários à Justiça, à equidade e a um julgamento justo.

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