Polícia Civil apreende material de empresa falsificadora de água mineral em Contagem

Anderson Rocha
29/03/2019 às 12:13.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:00
 (Pixabay)

(Pixabay)

Uma empresa que retirava água de cisterna e envasava com embalagens de marcas conhecidas de água mineral foi localizada pela Polícia Civil (PC), nessa quinta-feira (28), em Contagem, na Grande BH. Um homem, filho do dono do terreno onde funcionava a fábrica, e a esposa dele, fugiram do local ao notarem a chegada dos agentes. As investigações continuam. 

De acordo com o delegado Pedro Henrique Vieira, da 5ª Delegacia da cidade, a investigação teve início há quatro meses, após denúncias de provável falsificação do produto no bairro Capim Rasteiro, na área rural do município. 

A equipe da PC invadiu o local nessa quinta e apreendeu computadores, documentos e materiais de trabalho. "Não nos foi apresentado nada pelo advogado da empresa, que não existe, de fato. O uso de cisternas é permitido para consumo próprio, mas sua exploração necessita de autorização do Igam, a nível federal, com controle de engenheiro químico, equipe com expertise para a produção e comercialização do produto; e da chancela da Secretaria Estadual de Meio Ambiente", relatou Vieira.

O sítio onde foram feitas as apreensões é de propriedade do pai do fugitivo. A suspeita é que os três estejam envolvidos com o crime. Um funcionário idoso foi encontrado no local, ouvido e liberado.

Crime duplo

A partir de agora, o material recolhido será periciado pela Polícia Civil. Os responsáveis pela fábrica podem ser detidos por exploração ilegal de recurso hídrico. 

Além disso, comerciantes que tenham vendido o item com ciência da origem também serão investigados por praticar fraude de preços mediante a adulteração de sinais externos ou do próprio produto em si. 

De acordo com o delegado, além do crime de exploração ilícita de água, os suspeitos passarão por inquérito por uso de selos falsos, que seriam de empresas conhecidas, o que está previsto na lei de crimes contra a relação de consumo. 

A Polícia Civil não divulgará o nome das marcas que tiveram os produtos copiados. A orientação é para que os consumidores procurem fornecedores confiáveis e não comprem água sem garantia de procedência.

Segundo a Secretaria de Saúde de Contagem, a Vigilância Sanitária esteve presente na ocorrência, mas não teve acesso à água da fábrica clandestina, pois todo o material foi apreendido pela Polícia Civil. Desta forma, o órgão preferiu não se manifestar sobre o assunto. 

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) informaram que ainda não foram notificados sobre o assunto. A Semad esclarece que o Igam é autarquia do Governo de Minas Gerais responsável pela emissão das outorgas, que são autorizações para uso da água. Essas intervenções têm validade de até cinco anos e são exemplos as cisternas, os barramentos, captações de águas, autorizações de perfuração de poços tubulares e também as captações de água subterrânea.

Leia mais:

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por