Polícia Civil terá R$ 1,5 milhão para reforma do IML

Celso Martins - Do Hoje em Dia
11/10/2012 às 12:03.
Atualizado em 22/11/2021 às 02:00
 (Renato Fonseca/Arquivo Hoje em Dia)

(Renato Fonseca/Arquivo Hoje em Dia)

A Polícia Civil vai investir R$ 1,5 milhão em obras emergenciais no prédio do Instituto Médico-Legal (IML), no bairro Gameleira, região Oeste de Belo Horizonte. O anúncio foi feito na última quarta-feira (10), por meio de uma nota divulgada pela Polícia Civil, órgão responsável pelo instituto.

Em junho deste ano, o Hoje em Dia publicou uma série de matérias denunciando as precárias condições de funcionamento do IML, órgão responsável pelos laudos de crimes violentos.

Os recursos serão usados para reforma do prédio, há anos sem qualquer tipo de intervenção. Mofo e infiltrações tomam conta das paredes do prédio. O recurso também será usado nos reparos da rede elétrica.

O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindpol) realizou inspeções no local e constatou o sucateamento do IML, solicitando a intervenção do Ministério Público Federal (MPF).

Nesta semana, o MPF informou ao sindicato que as denúncias terão que ser apuradas pelo Ministério Público Estadual.

“O sucateamento do IML prejudica não só os servidores. Os laudos sobre as mortes violentas, como os homicídios, acabam sendo prejudicados por falta de estrutura”, disse o presidente do Sindpol, Denílson Martins.


Crime ambiental

Entre as irregularidades que precisam ser apuradas está o descarte de sangue e secreções de cadáveres e resíduos gerados pelas atividades do IML em cursos d’água e em redes de esgoto comuns. Eles precisariam ser tratados adequadamente antes de serem descartados.

“Os crimes ambientais são federais e deveriam ser investigados pelos procuradores federais. O que está sendo despejado na rede é altamente infectante e cai nos rios e córregos”, afirma o presidente do Sindpol.

O MPF alega que o IML é um órgão estadual e, por isso, cabe aos promotores de Meio Ambiente e de Defesa do Patrimônio Público abrirem um procedimento investigatório. Os contratos de funcionários de empresas terceirizadas não serão investigados pelo Ministério Público Federal do Trabalho.


Raio X

A demora na liberação dos corpos é uma das preocupações dos médicos legistas que trabalham no IML. Um dos médicos, que pediu para não ser identificado, afirma que nos fins de semana chegam a fazer exames de necropsia em 25 cadáveres.

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