Polícia faz varredura em garagem onde empresários teriam sido vacinados contra a Covid em BH

Marina Proton
mproton@hojeemdia.com.br
26/03/2021 às 08:32.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:31
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

Uma operação deflagrada na manhã desta sexta-feira (26), pela Polícia Federal (PF), investiga a suposta importação de vacinas contra a Covid-19, que teriam sido usadas para imunização de políticos e empresários em Belo Horizonte. A aplicação das doses teria ocorrido na garagem de uma empresa do ramo de transporte rodoviário de passageiros, localizada na região Noroeste da capital mineira. Lucas Prates

 A ação, denominada de “Camarote”, cumpre quatro mandados de busca e apreensão expedidos pela 35ª Vara Federal Criminal. “A suspeita é de que houve importação irregular de vacinas contra a Covid-19 e sua receptação”, informou a PF em nota.

A corporação apura, ainda, se a prática configura em crimes de importação de mercadoria irregular – caso a aquisição tenha ocorrido antes da lei que trata sobre a compra de vacinas por pessoas jurídicas – ou se houve falsificação ou de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais – se a vacinação tiver ocorrido antes do registro do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) –, “bem como a possível prática do delito previsto no art. 180, do Código Penal (adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte), por aqueles que receberam a vacina”.

A Polícia Federal realiza operação em BH, na manhã desta sexta, e investiga suposta vacinação irregular de empresários contra a Covid-19. Quatro mandados de busca e apreensão são cumpridos. A vacinação teria ocorrido na garagem de uma empresa de transporte. Lucas Prates pic.twitter.com/epwhnbnunM— Jornal Hoje em Dia (@jornalhojeemdia) March 26, 2021

Entenda

Segundo reportagem da revista Piauí, um grupo de políticos e empresários mineiros, além de familiares, tomaram o imunizante contra a doença de forma irregular na noite de terça-feira (23).

A aplicação teria sido realizada na garagem de uma empresa do setor de transporte de passageiros, localizada no bairro Alto Caiçaras, região Noroeste de Belo Horizonte. De acordo com a publicação as vacinas teriam sido compradas por iniciativa própria e não repassadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), como prevê a lei.

Cada imunizante teria custado R$ 600. A reportagem também afirma que as doses aplicadas seriam da Pfizer.

Porém, em comunicado à imprensa, a empresa farmacêutica negou "qualquer venda ou distribuição de sua vacina contra a Covid-19 no Brasil fora do âmbito do Programa Nacional de Imunização". Ainda segundo a Pfizer, o imunizante Comirnaty ainda não está disponível em território brasileiro.

A empresa declarou que a Pfizer e a BioNTech fecharam acordo com o Ministério da Saúde para o fornecimento de 100 milhões de doses ao longo de 2021.

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