A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre os assassinatos de Tereza Cristina Peres de Almeida, de 44 anos, e do filho dela, o estudante de direito Gabriel Mendes Paula, de 22 anos, e indiciou o microempresário Paulo Henrique da Rocha. O suspeito, que confessou o crime, foi indiciado por duplo homicídio qualificado por motivo fútil e pelo recurso que impossibilitou a defesa das vítimas. No caso de Tereza Cristina, ainda há a qualificadora do feminicídio.
O crime aconteceu no dia 29 de julho, no bairro Ipiranga, quando mãe e filho voltavam da academia. Circuito de segurança da rua onde ocorreram os assassinatos registrou a ação. As imagens mostram o microempresário atirando na ex-companheira. O inquérito foi encaminhado ao Tribunal do Júri de Belo Horizonte, no fim da tarde da última sexta-feira (9), onze dias depois do crime.
No documento, a delegada do Núcleo Especializado em Investigação de Feminicídios, Ingrid Estevam, solicitou que à Justiça mantenha a prisão preventiva do indiciado. Em nota, a investigadora explicou que a arma encontrada com o suspeito, uma pistola semiautomática calibre 9mm, foi periciada e é "compatível com o material balístico localizado no local do crime".
Agora, o inquérito será encaminhado e analisado pelo Ministério Público, que pode pedir o indiciamento ou liberdade do suspeito. Somente depois deste trâmite é que o caso começa a ser julgado pela Justiça. Procurado pela reportagem, o advogado Leonardo Mouro, que representa o suspeito, disse que irá se manifestar somente quando a denúncia for recebeida pelo juiz. "Faremos a defesa prévia resguardando o mérito para a instrução processual", limitou-se
O crime
A agente de controle de endemias Tereza Cristina Peres de Almeida, de 44 anos, e seu filho, Gabriel Mendes Paula, de 22, foram mortos a tiros no dia 29 de julho, quando voltavam da academia que frequentam, no bairro Ipiranga. O jovem levou um tiro no ouvido e a mulher foi atingida três vezes no tórax e uma na cabeça.
Desde 2017, conforme a polícia, a mulher vinha denunciando o ex-marido. A Polícia Civil afirma ter pedido a prisão preventiva do homem em março. Porém, a juíza responsável pelo caso negou que a Justiça tenha sido comunicada que o ex-marido havia descumprido a medida protetiva, que havia concedido para ela em janeiro.