
A Polícia Civil concluiu a primeira fase do inquérito e definiu a autoria e participação de cinco suspeitos no crime contra o casal de militares torturados e baleados em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os três suspeitos presos vão responder por associação criminosa e tentativa de latrocínio.
A pena nesses casos pode chegar a mais de 30 anos. “Identificamos quem portava armas, quem subtraiu o veículo das vítimas, quem incendiou o veículo, quem subtraiu os celulares das vítimas", disse o delegado Marcus Vinícius Vieira. Ainda segundo delegado, eles poderão responder por outros crimes, dependendo do depoimento das vítimas que permanecem internadas.
Outros três suspeitos morreram em confronto com agentes da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte na terça-feira (7).
Segundo o coronel Eduardo Felisberto Alves, comandante da 2° Região da Polícia Militar, um dos mortos não participou da ação criminosa no sítio, mas faz parte da quadrilha e reagiu atirando durante a abordagem. A morte desse suspeito vai ser investigada pela polícia e pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
De acordo com a investigação, os suspeitos já tinham furtado outra casa na região horas antes e escolheram o sítio do casal aleatoriamente. Durante o assalto, eles descobriram que se tratavam de policiais e começaram as agressões. Todos os envolvidos estavam sob o efeito de drogas.
Com a ajuda de câmeras de segurança, os policiais prenderam um suspeito em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Esse suspeito informou aos policiais que o restante do grupo estava em Ibirité, também na Região Metropolitana. A PM informou que ao chegar em uma casa, que servia de esconderijo para o grupo, os suspeitos reagiram e três foram baleados e mortos. Um quarto suspeito, que estava no local, foi preso. Três armas foram apreendidas.
Um sexto homem foi preso na noite dessa terça-feira (7), também em Ibirité. Ele confessou ter participado do assalto, assim como os outros suspeitos, de 22 e 23 anos. Eles também confessaram a participação nas torturas, que começou assim que descobriram que o casal era policiais militares. Eles também queriam saber se os PMs tinham armas em casa.
O ataque
O casal foi rendido em casa, no residencial Ouro Verde, em Igarapé, na Grande BH, na madrugada dessa segunda-feira (6). Os dois foram torturados e baleados.
Vítimas
O casal segue internado no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. O coronel da reserva da Polícia Militar, de 50 anos, está consciente. Ele saiu do respirador e a dieta líquida pela boca já foi liberada. O militar ainda deve passar por uma cirurgia para reconstituição óssea do palato e da mandíbula esquerda.
Já a mulher dele, uma cabo da PM de 34 anos, passou por tomografia nesta quarta-feira (8) e não foi constatado aumento de lesão. A sedação foi cortada e ela deve acordar assim que o efeito do medicamento passar. O estado dela é grave.