Polícia investiga venda de dinheiro falso em BH via WhatsApp, após denúncia do Hoje em Dia

Da Redação
07/02/2019 às 12:41.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:26
 (Montagem)

(Montagem)

Após denúncia do Hoje em Dia, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) abrirá inquérito para investigar o comércio de notas de Real e de cartões de créditos falsos pelo WhatsApp em Belo Horizonte. O material ilegal, com promessa de entrega para todo o país pelos Correios, é vendido por valores que variam de R$ 350 a R$ 800.  

A reportagem entrou em contato com "Mineiro" pelo aplicativo. Durante alguns dias de conversa, o homem  afirmou vender o produto há 4 anos, "com total garantia de  procedência, excelente qualidade, marca d'água e selo  holográfico em alto relevo". 

Questionado se as notas e cartões passariam despercebidos no comércio, Mineiro gravou e enviou fotos e vídeos da produção, citando o o horário e a data, de forma a comprovar a autenticidade do negócio e qualidade do produto. Na mesa, veem-se blocos de notas falsas, de valores variados. Confira vídeo:

  

Em relação à garantia de entrega, o homem afirmou que tem quatro anos de mercado e nunca deixou de honrar um compromisso. O envio é por Sedex. "Mercado negro ninguém faz em mão, não", disse. Na sequência, Mineiro enviou prints de mensagens e vídeos de supostos clientes satisfeitos, elogiando a qualidade do material e rapidez da entrega.  

Sobre os cartões de crédito, Mineiro reafirmou a segurança do uso. Segundo ele, o produto é enviado desbloqueado, com senha e CPF cadastrados em nome  de terceiros. O dinheiro de plástico pode ser usado com  tranquilidade em estabelecimentos e lojas virtuais, segundo o fraudador. "O  limite você escolhe", ofereceu.

Para a finalização da compra pela reportagem, Mineiro pediu o nome e endereço completos do comprador. De posse dos dados, ele enviou o número de uma conta bancária para o qual deveria ser enviado o pagamento. O envio, segundo ele, é feito no mesmo dia. Nesse ponto da transação ilegal, o contato com o vendedor foi interrompido e a Polícia Civil informada. 

Precificação do dinheiro fake:

Notas falsas

R$ 350  = R$ 2000 em notas 
R$ 400  = R$ 3000 em notas 
R$ 500  = R$ 4000 em notas 
R$ 600  = R$ 5000 em notas 
R$ 700  = R$ 6000 em notas 
R$ 800  = R$ 7000 em notas 

Cartão de crédito ilegal

R$ 350  = R$ 2000 de limite 
R$ 400  = R$ 3000 de limite
R$ 500  = R$ 4000 de limite
R$ 600  = R$ 5000 de limite
R$ 700  = R$ 6000 de limite
R$800  = R$ 7000 de limite

Investigação

Após denúncia do Hoje em Dia à Polícia Civil, o delegado Magno Machado, da Delegacia de Crimes Cibernéticos, na capital, afirmou que irá instaurar procedimento para investigar o caso. 

"Apenas por oferecer um serviço ilegal via WhatsApp já está configurada a prática de crime. A tipificação é que irá variar. Se as notas falsas forem entregues, trata-se de falsificação de moeda. Se na verdade o esquema se tratar de um golpe e o vendedor desaparecer após o depósito, é estelionato", afirmou Machado. 

De acordo com o policial, a falsificação de notas é crime contra a União e é tratada diretamente com a Polícia Federal em Minas, o que não impede o início da investigação pela Polícia Civil e posterior repasse ao órgão de segurança nacional. Por fim, Machado relembrou que o comprador de material ilegal é co-autor do crime, que pode ter pena variada. 

A Polícia Federal foi procurada pela reportagem, mas ainda não se posicionou. 

Confira os prints da conversa e imagens do dinheiro falso:

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