Policiais federais do Triângulo são acusados de cobrar propina

Hoje em Dia (*)
09/05/2014 às 19:45.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:31

Três policiais federais são acusados de cobrar propina em Uberaba, no Triângulo Mineiro. A Justiça Federal recebeu denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre o trio de oficiais e instaurou ação penal contra eles. Todos foram acusados da prática de corrupção passiva, crime que prevê pena de até 12 anos de prisão.   Segundo a denúncia, no dia 26 de março deste ano, dois dos policiais abordaram veículo de uma empresa de transporte de cargas no trevo da BR-262, próximo à cidade de Sacramento, também no Triângulo. Na data, os oficiais disseram ao motorista que os documentos ficariam retidos até que o representante da empresa os procurasse. Assim, o encarregado operacional da empresa foi acionado pelo motorista, que se dirigiu até o local e perguntou aos PRFs o que seria necessário para a liberação dos documentos. Em seguida, eles responderam que “o pessoal costumava pagar no ano passado duzentos reais por caminhão”. O representante da empresa chegou a argumentar que precisaria consultar seus superiores e se viu obrigado a marcar reunião para o dia seguinte.    Durante a marcação do encontro, os oficiais ainda teriam dito que poderiam tratar não só do “acerto” relativo àquela abordagem, mas das futuras". Eles também fizeram questão de chamar a atenção para o fato de que os veículos da empresa teriam de passar por uma ponte da BR-262 que possui restrição de peso imposta pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Na sequência, a reunião foi combinada e os policiais liberaram os documentos do veículo sem a lavratura de auto de infração ou algo equivalente.   Já durante o encontro, que ocorreu no posto da PRF em Delta, os oficiais pediram a quantia de R$ 6 mil por mês para deixarem de fiscalizar os caminhões. Eles ainda deixaram bem claro que a negociação incluía um terceiro policial e que as autuações feitas por outros PRFs teriam de ser “resolvidas” posteriormente, na medida em que os boletins de ocorrência fossem lavrados. Porém, tudo foi gravado pelos representantes das empresas, já sob a orientação de um inspetor da própria PRF. O material com a gravação foi entregue à Delegacia da Polícia Federal em Uberaba, que instaurou inquérito policial para apurar o caso.   Ainda conforme a denúncia, no dia 30 de março, um dos acusados chegou a ligar para o encarregado operacional solicitando o pagamento da quantia que ficou acertada na reunião.   Os PRFs foram presos após o cumprimento de mandados de prisão temporária e de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal. Pouco tempo depois,o MPF ofereceu denúncia contra eles, acompanhada de pedido de conversão das prisões temporárias em preventivas, o que foi aceito pela Justiça logo no dia seguinte. (*Com MPF)

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