Policial militar 'justiceiro' é preso por suspeita de matar mãe e filha em Betim

Hoje em Dia*
13/05/2015 às 15:28.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:00

Um policial militar afastado das ruas devido a um tratamento psiquiátrico foi preso nessa terça-feira (12), em Igarapé, na Região metropolitana de Belo Horizonte, suspeito de ser o responsável pelo assassinato de mãe e filha. Segundo investigações, o policial já havia ameaçado as vítimas por causa de consumo de drogas e seria um 'justiceiro' já denunciado à Corregedoria a PM.   Investigações apontam que o suspeito é conhecido como uma espécie de justiceiro na região onde mora e onde aconteceu o crime,  no bairro Cidade Verde, em Betim, na Grande BH. Ele não se conformava com o fato de as vítimas serem usuárias de drogas e teria, inclusive, antes do crime, já ameaçado as duas, por não admitir tal comportamento.   As vítimas, Ana Carolina Gomes Carneiro, 31 anos, e a filha dela, Bianca Gomes de Carvalho, de 15, teriam, após as ameaças, contado a outras pessoas o ocorrido, levando as testemunhas a denunciarem o policial à Corregedoria da PM, mas pelo crime de traficar armas no bairro.  

Segundo a Polícia, ao tomar conhecimento do fato, o militar então articulou o duplo homicídio. Ele escutou Bianca falando com a mãe que iria acompanhá-la na saída do trabalho. O suspeito seguiu a jovem, que estava na companhia de um adolescente de 16 anos (que acabou se tornando testemunha do crime), quando voltava para a casa com a mãe. 
Os três foram abordados pelo policial, que estava em um carro preto. Ele fez o primeiro disparo contra Ana Carolina, que ainda conseguiu correr. Em seguida, atingiu Bianca, que caiu ao chão. Na tentativa de fuga, Ana Carolina ainda chegou a fazer sinal para que um ônibus parasse, mas foi puxada pelo militar e morta com três tiros.  O suspeito ainda voltou e deu um tiro na cabeça de Bianca.

AFASTAMENTO   De acordo com os levantamentos da Polícia Civil, devido a um tratamento psiquiátrico, há três anos o policial militar tinha restrições no uso de armas. Por causa do transtorno, ele foi transferido para serviços administrativos internos na 7ª Companhia de Polícia Militar de Igarapé.

Mesmo com a proibição do uso de armas, testemunhas relatam que o militar ostentava na vizinhança um revólver cromado, calibre 38, descrito como o usado na prática do crime. Ele disse à polícia, no entanto, que há cerca de dois anos teria perdido a arma.   Durante a ação policial, foram cumpridos os mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão na casa do suspeito. No local, a polícia encontrou munição calibre 38, um carregador de revólver e duas bombas caseiras.    Durante declarações prestadas à Polícia, o sargento negou participação no homicídio. Ele alegou que estava em casa no momento do crime. O militar foi encaminhado para o Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes (RCAT), unidade montada da Polícia Militar de Minas Gerais.   O militar foi indiciado por duplo homicídio qualificado, com vingança e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.   (* Com PCMG)

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