Aparentemente inofensiva, a proximidade entre pontos de ônibus e de carga e descarga coloca em risco, diariamente, milhares de passageiros. Caminhões de grande porte estacionados a poucos metros da parada do coletivo atrapalham a visibilidade dos usuários que, sem alternativa, ocupam a rua para verificar a linha que está chegando.
Quem depende do transporte público conhece bem os locais perigosos. Um deles está na rua Curitiba, esquina com Padre Belchior, no Centro de Belo Horizonte. Acostumado a pegar ônibus ali, o segurança Francisco de Assis Santos acredita que sair da calçada já é “cultural”. Tanto que, mesmo quando não há veículos de carga estacionados, espera o ônibus sobre o asfalto.
“Os motoristas também acostumaram-se a isso. Alguns nem fazem a manobra para parar exatamente no ponto. Preferem pegar os passageiros no meio da rua e quem não fica esperto perde o ônibus”.
A situação se repete na avenida Prudente de Morais, esquina com rua Barão de Macaúbas. O ponto de ônibus fica escondido pelos caminhões que entregam mercadorias em um supermercado no quarteirão.
“Incomoda muito. Sei do risco que corro por estar no lugar errado e já vi motos que passaram raspando em pedestres”, reclama a aposentada Heloísa Helena Roscoe.
Consultor e mestre em engenharia de tráfego, Silvestre de Andrade Filho aponta vários problemas em pontos de ônibus e de carga e descarga “vizinhos”. “Há risco para o pedestre; prejuízo para o motorista, que fica sujeito a punições por parar fora do local certo; e reflexos no trânsito, momentaneamente interrompido para embarque e desembarque de passageiros”.
Em nota, a BHTrans informou que providenciará uma vistoria nos locais indicados para verificar se são necessárias mudanças para melhorar a segurança do usuário.
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