População de araras e papagaios cresce em reservas ambientais

Girleno Alencar - Do Hoje em Dia
15/07/2012 às 08:12.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:34
 (Dione Afonso)

(Dione Afonso)

MONTES CLAROS – A população de araras-canindé e vermelha, além da de papagaios-verdadeiros, cresceu no Vale do Urucuia. As espécies repovoaram dez reservas ambientais do Norte de Minas depois de 11 anos de combate aos traficantes de aves.

Em parceria com a Polícia Militar, os institutos Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Estadual de Florestas (IEF) fecharam o cerco aos traficantes. O Urucuia é um dos maiores criadouros naturais dessas espécies.

Também é feito um trabalho de educação socioambiental, mostrando aos moradores da região que, por causa da exuberância, as aves se tornam atrações turísticas. Em 2001, o Ibama deu início à campanha “Quem ama não compra e nem tira da natureza”.

O objetivo é combater a retirada ilegal dos filhotes nos ninhos naturais, principalmente nos meses de setembro e outubro, época da reprodução. O Ibama confirmou que várias pessoas atuavam na comercialização de psitacídeos (aves caracterizadas pelas cores chamativas).

O biólogo Luiz Sérgio Ferreira Martins, gerente do Parque Nacional Grande Sertão Veredas, administrado pelo ICMBio, confirma que os resultados das operações de combate ao tráfico de aves foram satisfatórios. “Temos sempre que ficar atentos e nunca podemos baixar a guarda. Os traficantes são muito ousados e assediam os moradores com propostas financeiras tentadoras”, afirma.

O Ibama está atento à reprodução das araras. As operações com os demais institutos foram encerradas, mas a espécie é monitorada pelo serviço de inteligência do órgão federal.

Ameaça

Luiz Sérgio ressalta que outras espécies, como os canários e curiós, também são alvos dos traficantes. A exuberância da arara-canindé, com penas de tons amarelados, são as preferidas.

A arara-vermelha faz seus ninhos nos morros, em grandes paredões, enquanto a canindé usa as partes ocas das árvores do buriti. Isso preocupa os ambientalistas, pois os traficantes estimulam os moradores a destruir os buritizeiros para retirar os filhotes, causando duplo dano ambiental.

O biólogo Daniel Dias, analista ambiental do Ibama em Montes Claros, trabalha na recuperação de três araras Canindé, para que elas possam ser devolvidas à natureza. Ele demonstra preocupação com a espécie, que corre o risco de extinção em Minas.

Os traficantes pagam de R$ 1 mil a R$ 7 mil por uma arara. Os papagaios custam de R$ 400 a R$ 3 mil no mercado negro, segundo pesquisa feita por Daniel. Os valores são altos, pois os animais, considerados exóticos, muitas vezes abastecem o comércio ilegal internacional.

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