População ignora máscara de proteção e risco da Covid-19 cresce em Belo Horizonte

Renata Galdino
rgaldino@hojeemdia.com.br
19/11/2020 às 07:28.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:05
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

A transmissão do novo coronavírus em Belo Horizonte caminha na mesma velocidade que moradores e até comerciantes deixam de usar uma das principais armas para conter o contágio: a máscara. Basta rodar pela cidade para flagrar inúmeras pessoas sem o Equipamento de Proteção Individual (EPI), tornando-se potenciais propagadoras da doença que já deixou 1.590 mortos na cidade.

Até o momento, desde 14 de julho, 71 cidadãos foram multados por andarem nas ruas sem a proteção ou usando-a de forma incorreta, como no queixo, segundo a PBH. No total, 7.415 abordagens por descumprimento à legislação que obriga o uso do EPI foram feitas por agentes da Guarda Municipal e da Subsecretaria de Fiscalização.Maurício VieiraFlagrantes de pessoas sem máscaras de proteção foram feitos em várias regiões de BH

A falta do EPI é comum em todas as regiões da metrópole. Na Centro-Sul, inclusive no hipercentro, o Hoje em Dia flagrou pedestres e atendentes de lojas, como óticas e lanchonetes, sem máscaras. O mesmo desrespeito também acontece em bairros mais distantes.

“Por aqui, não usam mais, só quando são impedidos de entrar em algum ambiente, infelizmente. É péssimo, pois queremos o fim desse vírus. Muitas pessoas criticam o poder público, mas o que estão fazendo para melhorar a situação?”, questiona a costureira Rosemary de Souza Araújo, de 52 anos, que mora no Maria Helena, em Venda Nova.

Professor da UFMG, o infectologista Unaí Tupinambás diz que a situação preocupa, pois existe o risco de uma nova fase da pandemia mais crítica do que foi a primeira. “A máscara, está mais do que comprovado, pode prevenir a infecção e até a forma mais grave dela, pois a pessoa entra em contato com menos partículas virais. A população está cansada, mas não é hora de relaxar. O vírus não está cansado da gente”.

Quem procura tomar todas as precauções se sente inseguro. Para o assistente de engenharia Matheus Pereira, de 36 anos, a impressão é que a ameaça do vírus não existe.

“É de uma irresponsabilidade tremenda. Muito se falou que após essa pandemia a sociedade sairia mais unida, com um senso de responsabilidade coletiva maior, mas o que se vê é justamente o contrário. Não me sentirei seguro até que haja vacinação em massa. Até lá me manterei o mais vigilante possível”, diz.

A pessoa flagrada sem máscara é orientada a colocar o EPI. Se desobedecer, multa de R$ 100

 Em nota, a PBH informou que, desde março, promove trabalho de conscientização junto à população para que siga regras rígidas de distanciamento social, uso de máscaras e álcool em gel, dentre outras. As ações acontecem em todas as regiões da capital, afirma a prefeitura.

Presidente da seção mineira da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-MG), Matheus Daniel diz que os associados são instruídos a cumprir regras sanitárias. “Não compactuamos com quem desrespeita a norma e pedimos que a fiscalização seja rigorosa com esses”.

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) informou que promove, junto aos comerciantes, a campanha “Loja Segura”, que orienta lojistas a adotarem protocolos de segurança e prevenção ao novo coronavírus no atendimento aos clientes.

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