A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) não conseguiu aprovar nesta terça-feira (10) um requerimento para que os parlamentares façam uma visita aos manifestantes presos durante os protestos do último sábado, 7 de setembro. Segundo informações do gabinete dos deputados Rogério Correia (PT) e Durval Ângelo (PT), não houve quórum para aprovação do pedido. Para que o requerimento fosse aprovado seriam necessários três votos, sendo dois do bloco de oposição Minas Sem Censura, e um do bloco do governo. Entretanto, nenhum parlamentar da base aliada compareceu à audiência para votar o pedido. Ainda de acordo com o gabinete do Rogério Correia, assessores do governo estariam orientando os deputados para que não comparecessem à reunião. Durante a reunião ordinária da Comissão na manhã desta quarta-feira, os deputados vão tentar novamente aprovar a solicitação. O requerimento foi apresentado após uma audiência pública realizada na tarde de segunda-feira (9) em que representantes da Assembleia Popular Horizontal (APH) e de movimentos sociais denunciaram arbitrariedades da Polícia Militar (PM) durante as manifestações realizadas durante o Dia da Independência. Na ocasião, 55 pessoas foram detidas e 13 permanecem presas no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Gameleira. Entre as denúncias, os manifestantes apontaram agressões contra presos e afirmaram que alguns tiveram os cabelos raspados e estão sendo mantidos incomunicáveis. Além disso, o grupo que participou da audiência afirmou que a polícia é rascista e que a maioria dos presos são negros. O ouvidor de Polícia, Rodrigo Xavier da Silva, acompanhou a audiência pública. Uma reunião da APH, agendada para esta noite na Praça Raul Soares, foi cancelada e os manifestantes estão se organizando para uma concentração em frente ao Ceresp Gameleira. Segundo o grupo, oito presos devem ser soltos às 20 horas desta terça-feira. Entretanto, a informação não foi confirmada pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), nem pela Polícia Civil.