Portadora de marca-passo representa Minas em corrida de rua nos Estados Unidos

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
08/09/2015 às 07:22.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:40
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

Superar limites, transpor barreiras, colocar-se à prova. Quando o corpo torna-se um obstáculo, muito mais do que só força de vontade, é preciso coragem. Portadora de um marca-passo, a pesquisadora belo-horizontina Luciana Alves transformou em energia um “defeito de fábrica” do próprio coração.

Aos 28 anos, foi diagnosticada com um problema cardíaco grave. Agora, 13 anos mais tarde, vai ser a representante de Minas numa maratona internacional, que acontece no mês que vem, nos Estados Unidos. A corrida de rua reúne participantes do mundo inteiro que, assim como ela, utilizam algum tipo de dispositivo médico para tratar condições de saúde.

A maratona Medtronic Twin Cities acontece há dez anos em Minneapolis, no estado do Minnesota. A ideia da corrida é homenagear pessoas que ultrapassaram limites pessoais, em função de um problema de saúde, em favor da paixão pela corrida.

Para Luciana, que recebeu o marca-passo – dispositivo que monitora e “regula” a atividade cardíaca – há três anos, o evento internacional serve como alerta de que a vida não pode parar. “Até fazer a cirurgia, a única coisa que sabia é que tinha um coração. Sentia ele o tempo todo, até nas pontinhas dos dedos. Meu objetivo é desmistificar essa percepção errônea de que o portador está incapacitado para a vida”, diz.

Neuropsicóloga e pesquisadora e, a despeito das avaliações semestrais a que precisa se submeter, Luciana leva uma vida como a de qualquer pessoa que não tenha precisado “corrigir” um problema de saúde.

Para ajudar outros portadores de dispositivos médicos ela criou um projeto social para divulgar informações e preparar para a vida portadores de marca-passo. O projeto foi batizado de PacemakerUsers (Usuários de Marca-passo, na tradução para o português).

O outro representante brasileiro na competição é o professor Camilo Marcarini Cavalcanti, de 37 anos. Ex-jogador profissional de futebol de areia, o capixaba, de Vitória, é portador de um dispositivo que “regula” os batimentos cardíacos, descompassados em função de uma taquicardia ventricular.

Sem o equipamento, a arritmia imprimia ao coração dele pelo menos 120 batimentos por minuto – quase o dobro da frequência durante o repouso.

Conhecida como a corrida urbana mais bonita dos Estados Unidos, a maratona é uma celebração de três dias. A edição deste ano, em comemoração aos dez anos do projeto Global Heroes, receberá corredores de seis continentes e 16 países.

Os participantes do Global Heroes são selecionados pela Twin Cities In Motion, uma entidade sem fins lucrativos que organiza a maratona internacional.

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