Prédio da Faculdade de Odontologia da UFMG é tombado e pode virar museu

Hoje em Dia
23/09/2013 às 06:42.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:39

O prédio da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais, na Cidade Jardim, que há 11 anos estava desocupado e se deteriorando, foi tombado na última quarta-feira (18) pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte. A tarefa agora é evitar que não se acelere o seu declínio por falta de uso.

Conforme se noticiou, o prédio projetado pelo engenheiro Adolpho Gusmão foi inaugurado pelo governador Juscelino Kubitschek em 1953. Ele ocupa um quarteirão de formato triangular num dos bairros mais valorizados da cidade.

Desde o início, abrigou a Faculdade de Odontologia e Farmácia, fundada em 1907 e que, juntamente com a Faculdade de Direito e com a Escola de Engenharia, deu origem, em 1927, à Universidade de Minas Gerais (UMG). Quando o prédio foi inaugurado, a UMG já havia sido federalizada, em 1949, transformando-se na UFMG, que em 1960 separou da Odontologia a Farmácia.

Esse retrospecto é importante, quando se inicia a discussão sobre uma destinação para o prédio agora tombado. Continuando: 15 anos depois da criação da UMG, o governo de Minas desapropriou uma fazenda na Pampulha, para construir ali o campus universitário. Passaram-se mais 15 anos, para se iniciar a construção ali do primeiro prédio, o da Reitoria, inaugurado cinco anos depois. E o campus continua em obras.

Essa lentidão demonstra que, no fundo, apesar do discurso, a educação não tem sido prioridade em Minas. Por isso, se deixou abandonado por 11 anos um prédio projetado para ser escola e que serviu muito bem a essa finalidade por quase meio século. Mesmo depois que a Faculdade de Odontologia foi transferida para a nova sede, na Pampulha, o imóvel ainda abrigou por nove meses, a partir de março de 2001, o Instituto Municipal de Administração e Contabilidade (Imaco). Depois disso, o governo federal não soube mais o que fazer desse prédio.

É espantoso que ninguém tenha pensado em transformá-lo de novo numa escola. Quem sabe, uma Escola Técnica Federal voltada, por exemplo, para o ensino da informática. O que se noticia é que o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município deve encaminhar abaixo-assinado à presidente Dilma Rousseff solicitando que a União repasse o imóvel à prefeitura, para que ele tenha uma destinação cultural. Não uma escola, mas um museu que contenha um acervo de pinturas – uma pinacoteca. Algo como o importante Museu de Arte da Pampulha, quase sempre às moscas.

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