Precariedade afeta rico e pobre em Nova Lima, na Grande BH

Ernesto Braga - Do Hoje em Dia
30/01/2013 às 06:38.
Atualizado em 21/11/2021 às 21:26
 (Marcelo Prates)

(Marcelo Prates)

O esgoto transbordando pela alameda Carlos Drummond de Andrade, de acesso ao Centro de Nova Lima, destoa dos imóveis imponentes ao longo da via. É o sinal de que, embora terrenos neste município da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) estejam muito valorizados, sobretudo nos condomínios residenciais cercados de áreas verdes, a infraestrutura urbana deixa a desejar.

O Hoje em Dia publica a partir de hoje uma série sobre os contrastes das cidades da RMBH. Em Nova Lima, com 81 mil habitantes, moradias de luxo na alameda “do poeta” confirmam a expansão imobiliária.

“A cidade é atípica. A periferia é habitada pelas classes mais abastadas, grande parte em condomínios de luxo. Já no Centro e bairros próximos a ele está a parte mais pobre da população”, destaca Roney Bernardes. Ele é coordenador do Movimento SOS Nova Lima e integrante do Conselho de Desenvolvimento Ambiental (Codema) do município.

Segundo Roney, a desigualdade não é reflexo de mais investimentos públicos na periferia, mas provocada por falhas no Plano Diretor de Nova Lima, com regras para o uso e a ocupação do solo.


Empreendimentos

“Toda a população é carente de obras. A diferença é que o Plano Diretor permite grandes empreendimentos imobiliários em áreas como o Vale do Sereno sem exigir contrapartida. Por outro lado, não abre espaço para habitações que atendam pessoas de baixa renda”, critica Roney. Há quatro anos, o SOS Nova Lima luta para que a legislação seja revista.

O resultado está no crescimento urbano da periferia – impulsionado pelos investimentos de grandes construtoras e a proximidade com a zona Sul de BH – e a estagnação do Centro e bairros adjacentes.

“Sem condições de adquirir um terreno ou pagar aluguel, que são muito caros, as classes mais baixas fazem puxadinhos nas casas, dando início à favelização”, diz o coordenador do SOS Nova Lima.

Um dos efeitos mais nefastos é a sobrecarga do sistema de coleta e tratamento de esgoto. “O problema do esgotamento sanitário piorou muito. A concentração de prédios na periferia impacta a sede da cidade, prejudicando quem mora na área central”, diz Roney.
 

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