Prefeitura de Belo Horizonte faz "leilão" de vaga na Feira das Flores

Danilo Emerich - Do Hoje em Dia
17/01/2013 às 07:13.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:42
 (Marcelo Prates)

(Marcelo Prates)

Expositores de três tradicionais feiras de Belo Horizonte correm o risco de perder a fonte do sustento de casa. A exemplo do que fez na Feira de Artesanato da Afonso Pena, a prefeitura quer regular quem trabalhará na Tom Jobim, na das Flores e na de Antiguidades. Todas acontecem na avenida Bernardo Monteiro, no Santa Efigênia (Leste).

Os comerciantes atuais vão à Justiça na tentativa de impedir a licitação, prevista para 19 de fevereiro.

O edital está disponível para consulta no site da prefeitura,http://,www.pbh.gov.br. A disputa será por concorrência de maior oferta, ou seja, quem oferecer o maior valor será escolhido para explorar as tendas.

Regras

O modelo permite a participação dos expositores de hoje, mas não beneficia em nada quem vive das feiras há gerações e paga uma taxa de quase R$ 1 mil por ano para trabalhar.

Segundo a nova regulamentação, serão 24 barracas de comidas e bebidas na feira Tom Jobim (aos sábados), 45 para a de Flores (às sextas) e 32 para a de Antiguidades (nas manhãs de sábado).

A justificativa do processo, segundo o edital, é “regularizar o uso de espaços públicos mediante a observância do princípio constitucional da isonomia; melhorar os serviços oferecidos e incentivar a cultura”.

Feirantes

José Pereira Horta Júnior, de 46 anos, um dos representantes dos feirantes, diz que a licitação é desleal pois ignora a condição socioeconômica dos atuais expositores, que podem perder o ponto para grandes empresas, como a atacadista Holambra.
“Vamos entrar na Justiça antes que descaracterizem a feira”, avisa.

De acordo com ele, os comerciantes criaram a Feira das Flores nos anos 80, ao lado da Igreja da Boa Viagem. O município mudou o endereço dela várias vezes antes de decidir pela avenida Bernardo Monteiro, há 20 anos.

“A prefeitura nunca nos deu apoio e sequer fecha o quarteirão para expormos. Não temos limpeza ou banheiros públicos. Agora chegam, sem nos comunicar nada, e querem vender espaços de uma feira, que nós criamos, para qualquer pessoa?”, questiona.

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