Preso terceiro suspeito de envolvimento na morte de estudante em Extrema

Cristina Barroca - Hoje em Dia
05/11/2015 às 10:00.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:21
 (Facebook)

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Foi preso na noite de quarta-feira (4), um terceiro suspeito, que não havia sido até então citado pela Polícia Civil no caso da jovem de 21 anos, Larissa Gonçalves, que foi sequestrada e assassinada brutalmente na cidade de Extrema, no Sul de Minas. Wellington Luiz Freire Cordeiro, 31 anos, está temporariamente detido no presídio de Pouso Alegre, juntamente com o modelo e namorado da vítima, Lucas Rodrigo Gamero, 21, e o empresário José Roberto Freire, 35 anos.  

No momento, a Polícia Civil investiga se realmente houve a participação de Wellington e Luccas no crime. José Roberto chegou a confessar que teria contratado uma pessoa para executar Larissa pelo valor de R$ 1.000, e revelou um suposto relacionamento com o modelo, que teria sido descoberto pela vítima, o que motivou o crime. Os investigadores também procuram por "Henrique" e a mulher que supostamente teria sequestrado a universitária.

Wellington não mora na cidade onde ocorreu o crime, mas esteve no local na mesma data durante a noite, além de manter contato com José Roberto durante o dia. Ele foi detido para esclarecer esses detalhes. Duas testemunhas, a mãe e tia do terceiro suspeito, serão ouvidas ainda nesta quinta-feira.

O corpo de Larissa foi encontrado na zona rural da cidade, no bairro Ponte Alta, em meio ao mato localizado às margens da estrada, em avançado estado de putrefação. A jovem teria sido vista pela última vez no dia 23 de outubro na rodoviária de Extrema, onde ela normalmente deixava o carro estacionado para seguir de ônibus até Bragança Paulista, cidade vizinha onde ela cursava faculdade de biomedicina. A perícia confirmou que Larissa foi morta no mesmo dia em que foi sequestrada.

De acordo com o os primeiros depoimentos colhidos pelo delegado responsável pelo caso, Valdemar Lídio Gomes Pinto, Larissa havia lido uma mensagem trocada entre o empresário José Roberto e Lucas, que indicava uma relação homoafetiva entre os  dois e, desde então, vinha questionando o namorado sobre o episódio e exigindo mais atenção da parte dele.

Passo a passo

Apesar de, em momento algum ter sido pedido o resgate da jovem, a Polícia Civil chegou a trabalhar com a hipótese de um sequestro. A teoria foi descartada após o delegado à frente do inquérito descobrir o relacionamento entre Lucas e José Roberto.

Desde então os dois suspeitos passaram a ser monitorados pela equipe de policiais civis.  Após ser preso temporariamente na terça-feira (3), José Roberto acabou confessando o envolvimento no desaparecimento e morte de Larissa e apontando ainda Lucas como idealizador do crime.

Lucas foi ouvido na quarta-feira e negou todas as acusações. Ele diz também que não mantinha qualquer relacionamento homoafetivo com José Roberto e que não sabia da intenção do agenciador de assassinar Larissa.

O agenciador de modelos disse que manteve contato com um garoto de programa, identificado apenas como “Sandro”, de São Paulo, para chegar até outro homem, chamado “Henrique”, que aceitou agir como executor de Larissa.

José Roberto comprou um chip de celular e chegou a falar por quatro vezes com “Henrique”, combinando os detalhes da morte da estudante universitária. A polícia acredita que o chip e o celular foram descartados posteriormente pelo agenciador, que pretendia eliminar qualquer vestígio de sua ligação com a morte de Larissa.

À Polícia, José Roberto confessou que foi buscar “Henrique” em São Paulo, no mesmo dia 23 de outubro em que a estudante desapareceu. O homem contratado como pistoleiro, por sua vez, apareceu acompanhado de uma mulher. Os três, então, seguiram diretamente para o terminal rodoviário de Extrema, onde renderam a estudante.

Ainda de acordo com a confissão, após o sequestro, Larissa foi levada para a casa de José Roberto, onde o casal a matou, colocou o corpo no porta-malas do carro do agenciador e descartou o cadáver às margens da estrada, no bairro Ponte Alta. O veículo do pai de Larissa, por sua vez, foi abandonado na Rua Benedito Zingari, no bairro Jardim Monte Alegre, também em Extrema. O casal recebeu R$ 1.000,00 pelo “serviço” e foi levado de carro por José Roberto de volta a São Paulo, até as proximidades da rodoviária de Bragança Paulista.

Segundo José Roberto, a resistência de Lucas em romper o namoro com a estudante e assumir a relação homossexual perante a sociedade fez com que a morte de Larissa se apresentasse como a única saída para o problema.

Devido ao avançado estado de putrefação em que foi encontrado, o corpo de Larissa somente foi reconhecido pela mãe da estudante, ainda no local onde os criminosos o abandonaram, a partir das roupas, sapatos e brincos que ela usava no momento em que desapareceu. As unhas das mãos, pintadas de azul brilhante, também ajudaram a eliminar as dúvidas iniciais. A causa da morte será confirmada somente por meio do laudo de necropsia.

“Desde o desaparecimento da estudante nossa equipe não parou um dia sequer, nem aos finais de semana e no feriado. Fizemos todos os levantamentos e não vamos parar enquanto o caso não ficar totalmente esclarecido”, afirmou Valdemar Lídio.

Revolta da população

As primeiras informações sobre o crime fizeram com que moradores de Extrema saqueassem a loja de José Roberto, após saberem de seu envolvimento no homicídio. Nas redes sociais, a página de divulgação do trabalho do modelo foi bombardeada com mensagens revoltosas sobre o envolvimento do namorado da vítima no caso.

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