Principal alvo da operação 'Lavagem III' é preso em Confins

Hoje em Dia
11/12/2014 às 19:55.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:21
 (Reprodução/TV Record)

(Reprodução/TV Record)

  Foi preso, nesta quinta-feira (11), o presidente da Câmara Municipal de Confins, o vereador Aladir José Pessoa de Souza, principal alvo da operação “Lavagem III”. De acordo com a Polícia Civil (PC), o suspeito foi preso em casa, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A operação apura os envolvidos em um esquema de fraude, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e corrupção.   Essa não foi a primeira vez que Aladir foi preso. Em setembro, ele foi preso durante a operação "Lavagem I", mas foi solto após conseguir um habeas corpus. Um novo mandado de prisão foi expedido e o vereador era considerado foragido da Justiça desde a terça-feira (9), quando foi deflagrada a operação "Lavagem III".   Segundo o delegado Jonas Tomazi, responsável pela operação, ao todo, foram expedidos 24 mandados de busca e apreensão e diversos de prisão preventiva e temporária. A operação ocorreu simultaneamente em Belo Horizonte, Confins, Vespasiano, Sete Lagoas e Santa Luzia. Cento e quinze policiais, incluindo de delegacias especializadas, trabalharam para cumprir os mandados.   De acordo com Tomazi, a sociedade precisa conhecer a importância da investigação em "reprimir a criminalidade do colarinho branco". E acrescentou ainda que esse tipo de crime é o "responsável pelo desvio do dinheiro público e consequentemente má prestação dos serviços básicos à sociedade, como educação, saúde e segurança".   A operação “Lavagem III” foi deflagrada em decorrência das operações "Lavagem I" e "Lavagem II".   Esquema   O vereador Aladir era proprietário de empresas fornecedoras de produtos e serviços e participava de licitações em Confins, que eram burladas mediante acordo entre os licitantes para que sua empresa vencesse o certame público. As reuniões ocorriam antes do início do pregão para apresentação das propostas, no próprio pátio da Prefeitura Municipal, momento em que os resultados eram combinados. Antes mesmo de a licitação iniciar, os autores já sabiam quem ganharia o certame.   Prisão polêmica   Na tarde dessa terça-feira (9), o marido da vereadora Flávia Renata Oliveira Silva Cruz, foi preso no momento em que ele dava uma entrevista à rádio Itatiaia. A prisão de Armando Júnio Pereira da Cruz foi feita em cumprimento a um mandado de prisão, durante a operação “Lavagem III”, deflagrada pela Polícia Civil.     A prisão de Cruz foi narrada pelo jornalista Eduardo Costa, que apresentava um programa ao vivo. O jornalista tentou argumentar com os policiais ao dizer que eles não haviam apresentado nenhum mandado para invadir a sede da rádio. "Não acho crível, lógico, correto que invadam o estúdio para fazer uma prisão. Poderiam no mínimo ter a delicadeza de esperar na porta do estúdio. Mais ainda na porta da rádio", afirmou. "Longe de mim querer atrapalhar uma ordem. Se há mandado de prisão, ele será cumprido. Só que na hora certa e no lugar certo", disse o jornalista.   Após a prisão de Cruz, a Comissão de Direitos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) marcou para a próxima terça-feira (16), às 16h, uma audiência pública para discutir a invasão dos policiais civis ao estúdio da rádio Itatiaia para cumprir o mandado de prisão.   O presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, deputado Durval Ângelo, disse que a ação dos policiais foi absurda e que a audiência irá discutir a forma como foi feita a prisão do suspeito. "A Constituição de Minas aborda sobre o princípio da legalidade, mas existe também o princípio da razoabilidade. Faltou razoabilidade por parte dos policiais, pois eles poderiam ter aguardado o fim da entrevista para ratificar a prisão. Reforço que a ação foi legal, mas faltou bom senso, já que o programa estava ao vivo", afirmou.   Em nota, a Polícia Civil diz que a Corregedoria Geral irá investigar a ação dos policiais. "O corregedor geral adjunto, delegado Antônio Gama, já esteve na emissora, onde recolheu imagens de vídeo que registram a ação e levantou informações para elaboração do relatório preliminar capaz de subsidiar o procedimento investigativo. A Polícia Civil reafirma que rejeita quaisquer práticas que atinjam a liberdade de imprensa, atributo que caracteriza a reconhecida independência dos veículos de comunicação do nosso país", diz a nota da PC.  

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