Problema com fornecedor deixa BH sem vacina BCG

Iêva Tatiana e Gabriela Sales - Hoje em Dia
19/03/2015 às 07:16.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:24
 (André Brant/Hoje em Dia)

(André Brant/Hoje em Dia)

Considerada uma das vacinas mais importantes do calendário de imunização de recém-nascidos, a BCG (Bacilo Calmette-Guérin), aplicada na prevenção da tuberculose, está em falta nos postos médicos de Minas Gerais. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), que recebeu apenas 23,5% do estoque demandado ao Ministério da Saúde.

Das 220 mil doses solicitadas para este mês, 51,8 mil foram recebidas no final de fevereiro. Outras 51,8 mil são esperadas até o dia 31.

A vacina tetraviral – que previne sarampo, caxumba, rubéola e catapora – também chegou em quantidade inferior à esperada. Do total de 30 mil doses requeridas, somente 8,6 mil (28,89%) foram entregues. Segundo a SES, está prevista para esta sexta-feira a chegada de mais 26 mil doses.

Divergência

Em nota, a secretaria informou que “houve atrasos, por parte do laboratório responsável pela produção das vacinas BCG e tetraviral”. O texto diz ainda que o problema não afeta outras vacinas.

Mas, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA), houve redução, também, no envio de doses da dupla adulto (para tétano e difteria), antirrábica e febre amarela. Segundo a pasta, a falha no repasse das vacinas ocorre em outros estados e foi confirmada pela coordenação do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.

Estratégia

A SMSA afirmou que está priorizando o envio da BCG às maternidades e a algumas unidades de referência. Nos centros de saúde, a vacinação está sendo feita apenas com agendamento.

“Após aberto, o frasco deve ser utilizado em até seis horas, e em cada frasco há dez doses. Com o agendamento, várias crianças recebem a vacina em um mesmo dia”, disse a secretaria municipal, em nota.

No caso das outras vacinas, “a redução de doses recebidas pelo município não está afetando o atendimento à população, uma vez que a SMSA conta com estoque suficiente para a demanda”, garante o texto. A expectativa é a de que o município receba o restante do material nos próximos dias.

Impacto

O quadro tem causado transtornos – e até prejuízos – à população. Quem procura o Centro de Saúde Carlos Chagas, no Santa Efigênia, Leste de BH, encontra dificuldades. Funcionários da unidade confirmaram que não há vacinas tetraviral, BCG e antirrábica no local.

O mesmo problema acontece no Centro de Saúde Menino Jesus, no bairro Santo Antônio, região Centro-Sul. Conforme relato de enfermeiros, muitos pais que têm conhecimento da falta das vacinas, principalmente a BCG, estão procurando unidades particulares para terem acesso ao medicamento.

O Ministério da Saúde também foi procurado para comentar a situação, mas, até fechamento desta edição, não havia atendido à demanda do Hoje em Dia.
 

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