Produtos desenvolvidos por estudantes mineiros são comercializados em feira na capital

Lucas Eduardo Soares
lsoares@hojeemdia.com.br
15/11/2018 às 19:34.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:51
 (Riva Moreira)

(Riva Moreira)

Abrir um negócio, vender ações, fazer planilhas e distribuir lucro – ou prejuízo – não são funções atribuídas apenas a pessoas adultas. Estudantes com idades entre 15 e 18 anos também se enveredaram no mundo empreendedor e aprenderam, na prática, trâmites para criar empresas e gerir rendas.

Todo o processo foi visto em sala de aula de escolas da rede estadual. O resultado está sendo apresentado, até hoje, na Feira Meu Primeiro Negócio, no Minas Shopping, na região Nordeste da capital. A iniciativa é uma parceria entre as secretarias de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes) e de Educação (SEE).

Em 2018, o projeto atingiu cerca de 12 mil adolescentes em mais de 200 cidades mineiras. Um dos objetivos é possibilitar aos alunos vivenciar o dia a dia de um negócio. Chance que teve Emanuele Sabrine, de 17 anos, presidente da Best Choices.

A empresa criada por ela e pelos colegas produz luminárias ecológicas a partir de garrafas pet e borra de café. “Minha função é representar os cerca de 80 acionistas, que investiram R$ 10 cada um. Passo todas as informações a eles e ajudo a gerenciar os funcionários”, descreve a jovem, que estuda em uma escola de Itaúna, na região Centro-Oeste.

Coordenador do programa na instituição de ensino, Fernando Ribeiro destaca o amadurecimento dos alunos nas últimas semanas, quando ocorreram as oficinas do projeto. “Empreender é importante, ainda mais nessa fase, pois o mercado de trabalho está bem próximo a eles”.

Neste ano, 400 escolas de 203 cidades mineiras foram selecionadas para o projeto Meu Primeiro Negócio. Ao todo, 12 mil alunos participaram da iniciativa

Experiência

Manusear planilhas e lidar com as reviravoltas no plano de negócios foram as maiores dificuldades relatadas por Gabrielle Vale, de 15 anos. Representante da Saboneteen, a adolescente contou que, apesar das adversidades, a venda dos sabonetes personalizados com broches tem sido recompensadora. 

“É uma satisfação muito grande vir de Divinó-polis (Centro-Oeste) para BH e oferecer nosso produto. Com a renda, ajudaremos uma unidade na nossa cidade que oferece abrigo e outros serviços a animais”, contou.

Os sabonetes chamaram a atenção da servidora pública Simone de Souza, de 32 anos. “Essa oportunidade dá protagonismo a eles para exercerem cidadania. Iniciativas assim levam os nossos adolescentes e jovens a serem cidadãos de bem, fazendo diferença nos espaços onde vivem”.

Simone aprovou os mimos que comprou. “São muito cheirosos. Uma delícia!”.Riva MoreiraA servidora pública Simone aprovou os sabonetes que comprou dos alunos de escola de Divinópolis

Agradou

O programador Daniel Nascimento, de 33 anos, também aproveitou a feira para adquirir alguns chaveiros confeccionados pela Inovart, desenvolvida por estudantes de uma escola de Viçosa, na Zona da Mata. “Os produtos são muito bons, e conhecer a trajetória deles, até aqui, é muito interessante”, comentou. 

A boa receptividade dos clientes incentivou a presidente da startup, Franciele Helena, de 18. O grupo já até lançou um aplicativo para comercializar os chaveiros on-line. “Queremos que a nossa empresa, criada agora, faça parte do nosso futuro”. 

Esse sentimento, inclusive, é o que o projeto quer despertar nos alunos do ensino público, garante a coordenadora do programa na Sedectes, Jéssica Rangel. “Nossos objetivos são fomentar, oferecer e nortear os estudantes a desenvolverem um comportamento empreendedor”.Riva Moreira Alunos de Viçosa criaram aplicativo para vender os chaveiros produzidos no projeto

  

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