Profissionais da saúde operam em escala reduzida em protesto por melhores condições de trabalho

Hoje em Dia
02/12/2014 às 11:23.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:14
 (Marcelo Prates)

(Marcelo Prates)

Vários hospitais da rede estadual de saúde entraram em greve a partir da manhã desta terça-feira (2) e fecharam a avenida Alfredo Balena, em frente ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, no bairro Santa Efigênia, região Leste de Belo Horizonte.

O objetivo é denunciar a falta de estrutura de alguns hospitais, tal como a Maternidade Odete Valadares, do Centro Psiquiátrico da Infância e Adolescência (Cepai) e do Hospital Infantil João Paulo II (antigo Centro Geral de de Pediatria). Todos são vinculados à Fhemig. A greve deve durar, pelo menos, até esta quinta-feira (4). Cerca de 30% dos funcionários vão trabalhar durante a greve para os atendimentos de urgência.

De acordo com a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), de 21 hospitais da rede, cinco "apenas" aderiram à greve. Segundo a assessoria da fundação, por estarem em período eleitoral, eles estão limitados a realizar algumas manobras.

Conforme a representante do Comando de Greve da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais do Estado de Minas Gerais (Asthemg), Mônica Abreu, várias cirurgias foram suspensas “sem motivo aparente”, e isso vem aumentando a fila de operações para o próximo ano. Mônica afirmou ainda que, na maternidade, a sala de cirurgia está sem porta, há equipamentos enferrujados, rebocos de paredes em cima de macas com pacientes, entre outros problemas.

No Cepai, segundo ela, faltam medicamentos e o horário de fechamento da farmácia prejudica os pacientes. “Se uma pessoa que vem do interior realiza um atendimento mais tarde, não consegue pegar o medicamento na farmácia, já que fecha muito cedo, às 17h". O local está com banheiros sem portas e vidros quebrados em espaço terapêutico frequentado por pacientes, relatou Mônica.

A Fhemig se colocou à disposição para ouvir as demandas e disse ainda que hoje eles possuem 95% da rede abastecida. De acordo com a fundação, os problemas com as condições de trabalho e estrutura dos hospitais estão sendo solucionados "na medida do possível".
 
Segundo a assessoria de imprensa do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, um balanço de funcionamento está sendo levantado e deve ser divulgação ainda esta manhã. A respeito da falta de infraestutura, a unidade informou que está negociando com os médicos sobre os problemas. Já quanto a falta de profissionais,  dois concursos públicos foram realizados, sendo em 2009 e 2012. Um novo processo seletivo foi aberto, mas existe a falta, a nível nacional, de pediatras no mercado.
 
Paralisação do Hospital Infantil João Paulo II
 

Pediatras do Hospital Infantil João Paulo II, o antigo CGP, localizado no Centro de Belo Horizonte, paralisaram seus serviços em forma de protesto por melhores condições de trabalho por 24 horas. Os médicos reclamam da sobrecarga de trabalho e do pequeno número de funcionários que compõem uma escala de plantão incompleta. Em alguns dias, segundo nota do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), o João Paulo II funciona com apenas um médico no plantão, sendo necessários, no mínimo sete profissionais para atender às demandas.
 
Entre os motivos, segundo o sindicato, estão principalmente o grande número de demissões por falta de condições de trabalho, má remuneração, sobrecarga de atendimentos; e aposentadorias. Situação que se agrava a cada dia com a falta de reposições por concursos públicos.
 
Os manifestantes lutam, ainda, por condições de trabalho, segurança, refrigeração adequada nas dependências do Pronto-Atendimento e, principalmente, nos consultórios; e troca de equipamentos, que alegam ser obsoletos.
 
Uma próxima assembleia foi marcada para o dia 4 de dezembro, às 19 horas, para decidir os rumos do movimento. Caso as reivindicações não sejam atendidas, poderá haver novas paralisações.

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