Programa do governo federal pode deixar interior com menos médicos

Danilo Emerich - Hoje em Dia
23/08/2013 às 06:48.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:14

Prefeitos de municípios contemplados pelo programa Mais Médicos temem que a medida se transforme em um “tiro pela culatra”. O problema estaria na desistência crescente dos profissionais de saúde, além de possíveis atritos entre os médicos já existentes com os que chegarão, devido à diferença salarial.

A lista de interessados em atuar em Minas Gerais, divulgada na semana passada pelo Ministério da Saúde, sofreu uma nova redução e atenderá, agora, apenas 5% da demanda no Estado. Dos 101 médicos, 14 desistiram, alguns mesmo após homologar a participação no programa. São 87 pessoas, sendo 71 brasileiras e 16 estrangeiras.

A última saída ocorreu nessa quinta-feira (22), da única profissional que iria para Ibiaí, no Norte de Minas. “Não virá, e a vaga foi ocupada por outro médico. Deveria haver punição para isso”, reclamou o secretário de Saúde de Ibiaí, Kleber Martins.

Dos 495 municípios mineiros que se inscreveram no Mais Médicos, apenas 46 serão contemplados (9,2%). Os profissionais começam a atender em setembro, conforme o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, que se reuniu em Belo Horizonte, com prefeitos e secretários das cidades contempladas para preparar a recepção dos profissionais.

Saída

Na reunião, levantou-se a possibilidade de mais baixas, seja dos médicos inscritos no programa ou dos que já atuam nas cidades. É o caso de Fervedouro, na Zona da Mata. Segundo o prefeito Carlos Corindon de Araújo, o único profissional que atua na cidade recebe cerca de R$ 6 mil e não há como a prefeitura pagar mais. “Ele já sinalizou que deixará a cidade para aderir ao Mais Médicos, que pagará R$ 10 mil”, disse.

Na mesma região, em Ubá, o secretário de Saúde, Cláudio Penciano, afirma que precisará fazer alinhamento com médicos, que ganham R$ 8 mil, para não criar conflitos com os seis que chegarão por meio do programa federal.

Segundo Helvécio Magalhães, o primeiro momento do programa será “turbulento”. Ele informou que os médicos que já atuam nos municípios serão impedidos de entrar no programa, com exceção para atender em cidades menores do que aquelas nas quais se encontram.

Médicos que entrarem no programa serão supervisionados e fiscalizados. Quem tiver desempenho ruim, descumprir a carga horária ou se ausentar sem justificativa será desligado e não poderá se reinscrever. Os que saírem antes de 180 dias terão de devolver os valores pagos.
 
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