Projeto da PBH de revitalização de viadutos não tem previsão de início

Letícia Alves
23/01/2015 às 08:07.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:45

Um ano após a divulgação das propostas vencedoras para requalificar a parte de baixo de quatro viadutos de Belo Horizonte, ainda não há previsão de início das intervenções. Os planos de reforma foram escolhidos em um concurso de arquitetura realizado pela prefeitura da capital em 2013.

As estruturas, que deveriam abrigar albergues, áreas para esporte, lazer e arte, estão ocupadas por moradores de rua, usuários de drogas e estacionamentos “gerenciados” por flanelinhas.

A competição foi lançada no fim do ano retrasado embasada na Lei 10.443, que institui a Política Municipal de Aproveitamento de Áreas sob Viadutos. Os participantes apresentaram projetos para os quatro elevados, entre eles o Cinquenta e Dois, na avenida Silva Lobo sobre Amazonas.

A proposta vencedora para essa estrutura foi da empresa paulista Entre Arquitetos. O plano prevê a construção de um espaço para a prática de esportes radicais e playground para as crianças. De acordo com uma das arquitetas responsáveis, Daniele Souza Capella, no fim de 2014, a empresa procurou a prefeitura para saber por que o projeto não foi executando. “Eles falaram que não havia previsão por falta de recursos. Ganhar o concurso foi interessante, mas queremos ver o espaço em funcionando. Com a requalificação, podemos torná-los espaços dinâmicos, com mais segurança”, afirmou.

Atualmente, o local é ocupado por moradores de rua e é ponto de venda de drogas, segundo Graça Soares, proprietária de uma loja de equipamentos para festas que fica junto ao viaduto. “Vendem drogas lá e todo dia tem muito lixo. Acho que qualquer coisa que colocarem aqui para melhorar é válida”, destaca a empresária que já teve o estabelecimento assaltado três vezes em um ano.

Projetos

A área sob o elevado Helena Greco (antigo Castelo Branco), no encontro da avenida do Contorno com as ruas Araguari e dos Tamoios, também teve projeto da Entre Arquitetos selecionado. A proposta inclui restaurante e albergues para a população de rua.

O espaço, hoje, é sede da Associação de Pipoqueiros de BH e ponto de apoio da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU).

Outra proposta é do arquiteto Cassio Orlandi Sauer, de Porto Alegre (RS), para a parte de baixo do viaduto Pedro Aguinaldo Fulgêncio, sobre a avenida dos Andradas. O plano prevê a criação de um anfiteatro para pequenos espetáculos, lojas e estacionamento de bicicletas. Hoje, o espaço é “gerenciado” por flanelinhas.

Proposta de arquitetos para Viaduto das Artes diverge do esperado por criador do espaço

A região do Barreiro teve um projeto da arquiteta Natalia Loureiro Parahyba selecionado para o Viaduto Engenheiro Andrade Pinto. A proposta prevê adaptações no Viaduto das Artes, galeria de arte existente no local, e implantação de um “café”, praça de convivência e banheiros.

A proposta, entretanto, gera divergência. Para o artista plástico Leandro Gabriel, criador do Viaduto das Artes, o projeto vencedor só será bem-vindo caso não interfira no espaço existente hoje. “Quando saiu a seleção do concurso, isso aqui já estava em funcionando com aprovação da prefeitura. Queremos que seja executado, mas o nosso espaço não pode ser suprimido”, afirmou.

A prefeitura não informou qual será o destino desse projeto.

Funcionamento

A galeria existente hoje sob o viaduto surgiu por meio de uma parceria do artista plástico Leandro Gabriel, e das empresas Vallourec e Via Shopping Barreiro, em 2012. O espaço possui biblioteca, ateliê, galeria para exposições e jardim. “Quem chega aqui não imagina que tem uma galeria de arte aberta ao público”, disse Leandro.

O espaço era um antigo sacolão que se tornou residência de moradores de rua e ponto de venda de drogas. Hoje, oficinas e exposições gratuitas são oferecidas à população, de segunda a sexta-feira, de 9h às 17h.

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