Projeto de tarifa zero para ônibus aos domingos e feriados será apresentado na Câmara de BH

Milson Veloso - Hoje em Dia
17/10/2013 às 09:01.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:24

A luta pela redução dos preços do transporte coletivo, um dos temas que levaram milhões de brasileiros às ruas do país em junho, ganha um novo capítulo nesta sexta-feira (18). Isso porque um grupo de populares irá à Câmara Municipal de BH (CMBH) para tentar colocar na pauta da casa a tarifa zero para os ônibus da capital durante os domingos e feriados.

A proposta será apresentada pela Assembleia Popular Horizontal (APH) durante a audiência pública do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG), que discutirá o orçamento da cidade para mobilidade urbana em médio prazo.

De acordo com o professor de Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro da APH, Roberto Andrés, a capital já teve uma experiência semelhante na década de 1990. Segundo ele, o resultado na época foi positivo, com a demanda maior do que em dias úteis.
 


Projeto será discutido na Câmara Municipal de BH nesta sexta-feira (Foto: Câmara/Reprodução)
 

"O que a gente vê hoje é que nessas datas a oferta de ônibus diminui, bem como o fluxo de usuários", explica. "Mas isso ocorre principalmente porque quem precisa do transporte público acaba tendo que esperar muito tempo nos pontos e pagar um preço alto pelo serviço", acrescenta.

Um levantamento feito pela Assembleia indica que, com os valores praticados hoje, uma família com quatro pessoas, que precisa de duas conduções para se deslocar, gasta 25% do salário mínimo por mês apenas para utilizar os ônibus aos domingos. O impacto no bolso do usuário seria de quase R$ 170.


Recursos

O grupo defenderá que o poder Legislativo e Executivo de BH invistam cerca de R$ 100 milhões anualmente - custo estimado do projeto - para viabilizar a ideia. Esse dinheiro seria pago pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) Às concessionárias.

"É uma inversão de prioridades. Atualmente, a PBH aplica mais de R$ 950 milhões em obras e a maioria é para priorizar os carros", diz o professor. "Só de publicidade, são gastos cerca de 50 milhões por ano. Esse valor poderia ser revertido em benefícios população", defende.

A APH alega que, nesse período entre 2010 e 2013, não houve nenhuma política de subsídio para o transporte público, prejudicando o cotidiano de milhões de pessoas.

Com o convite para que a sociedade se junte ao movimento e vá à CMBH na sexta, às 19 horas, Roberto Andrés destaca que a poposta só traria benefícios. "É algo bom para todo mundo: a população sairia beneficiada; a PBH alocaria melhor seus recursos, e as concessionárias ganhariam mais no fim de semana", justifica o representante.

Segundo a PBH, a administração tem buscado soluções integradas para o transporte coletivo. "A programada expansão do metrô para outras regiões da cidade, complementada com a entrada em operação dos novos projetos e BRTs, a criação de novos atendimentos em vilas e aglomerados e os novos serviços executivos de ônibus convencional, irão ampliar e diversificar a oferta de transporte urbano", informa a prefeitura, por meio de nota.


O projeto

A proposta foi desenvolvida pela Assembleia, a partir de reuniões com representantes da sociedade civil e o apoio de técnicos da área, ex-diretores da BHTrans, engenheiros e arquitetos, dentre outros. As discussões duraram aproximadamente 20 dias.

O texto prevê a ampliação do número de ônibus e linhas disponíveis nos domingos e feriados para garantir a oferta adequada de horários do serviço. De acordo com a APH, a mudança garantiria o acesso aos serviços de lazer, cultura e comércio da capital nesses dias.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por