Nesta quarta-feira (2), a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), coordenada pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), desarticulou uma organização criminosa especializada em fraudar o sistema de controle sanitário de gado do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
A operação, que foi realizada nos municípios de Lambari, Campo Belo e Bias Fortes, no Sul do Estado, levou o nome de Boi na Linha, cumpriu um mandado de prisão preventiva e três de condução coercitiva para prestar depoimento. A ação atingiu, entre outros, um funcionário e um ex-funcionário do IMA. Foram apreendidos três computadores e dois automóveis, além de milhares de Guias de Trânsito Animal (GTA’s), documento emitido pelo IMA que atesta a procedência da carga viva.
Um fraudador foi preso em sua residência na cidade de Campo Belo, no Sul do Estado, assumiu o crime, e afirmou que lucrava em torno de R$2 mil a R$ 3 mil por mês com o esquema. Com ele, foram apreendidos documentos e um carro, comprado com o dinheiro da fraude. O homem prestou depoimento na Delegacia da Polícia Federal de Varginha e depois foi encaminhado para o Presídio de Campo Belo.
De acordo com o delegado da Polícia Civil, Daniel Araújo, a fraude foi detectada em 2010 pelo próprio IMA, mas apenas cinco anos depois de investigações foi possível identificar os envolvidos e o modus operandi da organização criminosa. Ainda segundo o delegado, o homem preso nesta quarta-feira (3) tinha acesso ao Sistema de Defesa Agropecuária (Sidagro) do Ima graças a uma senha restrita a funcionários. Assim, o fraudador conseguia aumentar o número de animais registrados de cada produtor rural e incluir nas GTA’s gado furtado ou roubado que, assim, era vendido como se a procedência fosse legal.
Os locais com maiores irregularidades foram a Zona da Mata e o Sul de Minas, mas os documentos eram emitidos para todo o Estado e a estimativa é de que 4 mil produtores rurais foram envolvidos.