Quase 250 bairros de BH já têm mortes por Covid-19

Da Redação
horizontes@hojeemdia.com.br
18/08/2020 às 07:46.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:18
 (Fernando Zhiminaicela/Pixabay/Divulgação)

(Fernando Zhiminaicela/Pixabay/Divulgação)

Metade dos bairros de Belo Horizonte já registraram mortes por Covid-19. Conforme balanço epidemiológico divulgado pela prefeitura, 248 comunidades somavam 652 óbitos em decorrência da enfermidade. O cenário pode ser ainda pior, uma vez que os dados são referentes até 7 de agosto.

Lindeia (no Barreiro), Cabana do Pai Tomás (região Oeste) e Mantiqueira (Venda Nova) aparecem nas primeiras posições do ranking, com, respectivamente, 16, 14 e 11 moradores que perderam a batalha para a doença causada pelo novo coronavírus.

Os três bairros são mais afastados da área central da metrópole e exemplos do que pesquisadores da Faculdade de Medicina da UFMG vêm constatando. De acordo com o mais recente InfoCovid, produzido pelo Observatório de Saúde Urbana de Belo Horizonte, ligado à instituição de ensino, divulgado em julho, a pandemia está se concentrando “em territórios onde o vírus encontra condições para maior e mais rápida transmissão e adoecimento relacionado não só às características individuais mas, principalmente, às condições socioeconômicas desfavoráveis”.

Os dados analisados levam em conta as internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). “A densidade muito alta de casos continua sendo evidenciada na vizinhança das vilas Alto Vera Cruz e Nossa Senhora do Rosário (Leste), Aglomerado da Serra (Centro-Sul) e Pedreira Prado Lopes (Noroeste)”. Conforme o boletim epidemiológico da PBH, o Alto Vera Cruz contabiliza 10 óbitos por Covid-19.

O estudo da UFMG destaca, ainda, que as condições de habitabilidade e risco social entre as áreas de baixo e naquelas de elevado e muito elevado risco “são muito marcantes e podem explicar as taxas e risco mais elevado nesta população mais desprovida de acesso a bens e serviços”.

Números

O boletim epidemiológico divulgado ontem pela PBH aponta que, até o momento, 813 pessoas morreram por Covid-19 na metrópole. Exatos 28.649 moradores testaram positivo para o novo coronavírus.

Para especialistas, os números podem estar se estabilizando. O cenário reflete na ocupação de leitos de UTI para pacientes com a doença. Segundo a prefeitura, a taxa, que chegou a passar de 90% em julho e bater recordes diários, caiu e agora está em 63,8%, somando as vagas das redes pública e privada de saúde.

Entre as nove regionais da cidade, as que registraram os maiores números de mortos por Covid-19 são Venda Nova, Nordeste e Noroeste

Entre os leitos de enfermaria exclusivos para esses doentes, 47,5% estão ocupados. 

Reuniões discutem avanço da flexibilização na capital; comerciantes otimistas com ampliação

A possibilidade de avanço na flexibilização do comércio na capital, inclusive com a reabertura gradual de bares e restaurantes, será discutida entre o Executivo e representantes dos empresários. Pelo menos três reuniões estão previstas nesta semana. Na sexta-feira (21), a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) deve convocar uma coletiva para tratar do assunto.

As reuniões devem acontecer com a Associação Brasileira de Bares de Restaurantes (Abrasel) e com o Sindicato dos Lojistas (Sindilojas-BH). Já o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 debate amanhã se a metrópole está preparada para seguir para a fase 2 da flexibilização. 

Por acreditar que o pior da pandemia já passou, os comerciantes estão na expectativa de que o Executivo libere a reabertura de mais setores. Atualmente, shoppings, lojas de rua, galerias e salões de beleza têm aval para funcionar três dias por semana. Bares e restaurantes seguem fechados há cinco meses.

Baseado nos atuais índices da Covid-19, o Sindlojas acredita que, a partir da semana que vem, o comércio poderá ter mais um dia de funcionamento. “Vamos pedir a reabertura também na terça-feira”, adiantou Nadim Donato, presidente da entidade.

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