Quase 90% dos brasileiros passam dificuldades para quitar dívidas

Estadão Conteúdo
09/09/2015 às 18:57.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:42

Pelo menos 89% dos brasileiros dizem estar em dificuldade para quitar suas dívidas. Para solucionar seus problemas de endividamento, 20% dos entrevistados disseram ter vendido algum bem nos últimos 12 meses.   Em parte, isso é explicado pela percepção de queda da renda com perda do poder de compra, apontados pelo estudo Retratos da Sociedade Brasileira – Renda e Endividamento, divulgado nesta quarta-feira (9) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).   Segundo o levantamento, 42% dos brasileiros consideram que sua renda diminuiu no último ano. Deste total, 22% avaliam que a renda caiu muito e 20% dizem acreditar que a renda diminuiu pouco. No mesmo período, 59% perceberam piora no poder de compra. Quanto menor a renda familiar, maior a percepção de que sua renda foi reduzida ao longo do tempo – situação em que se encontram 35% das pessoas com renda familiar superior a cinco salários-mínimos, e 46% dos com renda familiar inferior a um salário-mínimo.   No que se refere ao poder de compra, pouco mais da metade dos entrevistados disseram ter percebido piora durente esse ano – para 34% a sensação é de muita perda, enquanto para 25% a sensação é de pouca perda. Os moradores do Sudeste e do Sul do país são os que mais sentiram o problema -  65% dos entrevistados em cada região. Os do Nordeste foram os que menos perceberam a queda do poder de compra (51%). Nas regiões Norte e Centro-Oeste, o índice está em 56%.   Com a perda do poder aquisitivo, 29% disseram ter sentido dificuldade para pagar aluguel ou prestação da casa própria. Em setembro de 2012, o índice correspondia a 19% e, no mesmo mês de 2013, a 16%. Entre os entrevistados na atual pesquisa, 57% disseram não ter dificuldades com esse tipo de dívida – percentual inferior aos registrados em 2012 (67%) e 2013 (76%).   De acordo com a pesquisa, esse tipo de dificuldade atinge mais intensamente aqueles que vivem em cidades com mais de 100 mil habitantes, do que os que moram em municípios com até 20 mil habitantes.   A expectativa para a maioria dos entrevistados é que, nos próximos seis meses, a renda não sofrerá alterações. No entanto, alguns acreditam que ela diminuirá e outros que a renda aumentará. De acordo com a CNI, a preocupação em perder o atual padrão de vida atinge 83% dos entrevistados em 2015. Em 2009 o índice estava em 90% e, em 2012, 76%.   A pesquisa identificou ainda que 37% dos entrevistados que se endividaram nos últimos 12 meses tinham o objetivo de cobrir despesas. Ainda segundo o levantamento, 34% dos brasileiros ficaram mais endividados no último ano. Ao longo do período, o problema atingiu mais mulheres (37%) do que homens (32%).   Entre os entrevistados que disseram ter aumentado suas dívidas, 53% avaliam que isso aconteceu sem planejamento, em função de alguma dificuldade ou necessidade não prevista. A maior parte das dívidas foi em decorrência do aumento das despesas (82%), e 43% dizem foi devido à redução da renda.   O pagamento de dívidas anteriores foi o fator que mais contribuiu para o aprofundamento das dívidas dos brasileiros no último ano, correspondendo a 30% das citações. Em segundo lugar estão os pagamentos de gastos correntes da casa, como aluguel, água, luz, telefone e compras do mês, com 28% de registros.   A pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira – Renda e Endividamento entrevistou, entre os dias 18 e 21 de julho, 2002 pessoas em 141 municípios. A CNI divulgou também uma outra frente da pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira, na qual aborda questões relativas ao mercado de trabalho.

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