O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, descartou que a responsabilidade sobre o avanço da Covid-19 seja da população, mas frisou que atitudes irresponsáveis contribuem para a propagação da doença na capital e acusou de egoísta quem se recusa a ter uma postura de prevenção à doença. Ele referia-se a quem não respeita a ordem para ficar em casa e insiste em furar o isolamento, não usa máscaras e ainda frequenta áreas públicas, mesmo cercadas. Há uma semana, o Hoje em Dia mostra que vários belo-horizontinos lotam praças e avenidas para praticar atividades físicas, mesmo com os alertas dos médicos sobre o risco dessa atitude.
“Nós queremos que a pessoa sem máscara seja vista pelo outros como egoísta, negativista, sem consideração ao próximo”, disparou. “O problema é a aglomeração, eu sair para bater papo, para beber cerveja, para passear”.
Ele diz esperar para os próximos dias a regulamentação da lei sobre as multas para quem não usa máscara na capital. O texto já foi sancionado. “Não sei se será na segunda-feira”, afirmou. Até quarta-feira (8), BH tinha 8.574 pessoas com diagnóstico positivo para a Covid-19 e 200 óbitos.
Volta às aulas
O prefeito descartou qualquer previsão, neste momento, para a retomada das aulas na rede municipal. O assunto, frisou, está fora de pauta neste momento, e não existe possibilidade de adotar educação a distância.
“Eu não sei se volta esse ano. Alguém que tem filho manda para a aula? Para um lugar onde ele pode se contaminar?”, questionou. Segundo ele, protocolos para o retorno estão sendo elaborados, mas não há como discutir qualquer calendário diante do atual cenário da pandemia.
O ensino remoto está fora de cogitação. “(Falar de aula a distância) é de um cinismo, um desconhecimento da pobreza. Quem pensa em aula a distância não conhece a pobreza no Brasil. Nunca colocou o pé no cocô”, afirmou. “Estamos falando de gente que não tem água, não tem luz. Não é de ter internet, não. Os boçaloides que estão falando isso (de ter aula on-line) nunca sujaram a bota no barro”.