Rótulos das embalagens ajudam a conhecer os alimentos

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
19/10/2015 às 06:52.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:07
 (Editoria de Arte)

(Editoria de Arte)

Comer bem nem sempre é fácil. De forma saudável, menos ainda. Quando a fome aperta e falta tempo, a saída, para muita gente, é recorrer aos pacotinhos industrializados. Embora nessa hora escolher a praticidade pareça ser o melhor caminho, quase nunca é a opção mais correta. O motivo é que poucos leem os rótulos e sequer têm ideia do que colocam para dentro.

Em letras pequenininhas, camufladas no verso das embalagens, os ingredientes são um capítulo à parte. Edulcorante, acidulante, glutamato monossódico e estabilizante são apenas algumas das substâncias misteriosas que aparecem na composição dos alimentos processados.

A dica é ficar de olho em tudo, ou pelo menos tentar. Se houver sódio, açúcar e gordura demais, dispense! Vale lembrar que a quantidade de ingredientes num alimento sempre aparece no rótulo em ordem decrescente, ou seja, do que tem mais para o que tem menos. “Sódio e açúcar têm sido os grandes vilões do momento, justamente pelo consumo muito alto de produtos industrializados. Sempre que possível, o ideal é substituí-los por alimentos frescos, in natura”, ensina a nutricionista clínica e esportiva Raphaella Cordeiro.

DOR DE CABEÇA

Devorar não só o conteúdo, mas os dizeres da embalagem vai além da curiosidade pelo que se consome. A longo prazo, o que parece inofensivo hoje pode se transformar em um motivo grande para dor de cabeça. Em excesso, o sódio – presente em praticamente tudo o que é comprado pronto – e o açúcar, em grande quantidade nos sucos de caixinha e barras de cereal, por exemplo, são gatilhos para a hipertensão arterial, diabetes, podendo levar à obesidade.

A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que o consumo de sódio não ultrapasse 2 gramas ou o equivalente a uma colher de chá por dia. Quanto ao açúcar, apesar de não haver uma medida máxima estabelecida, o ideal é dosar o consumo ou, sempre que possível, dar preferência aos adoçantes naturais, extraídos de plantas.

OBRIGATORIEDADE

Desde 2001, divulgar as informações nutricionais nos rótulos das embalagens passou a ser obrigatório em qualquer produto regulado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Graças à tabela nutricional é possível, por exemplo, controlar a quantidade de carboidratos, proteínas e gorduras que se coloca no prato e, de quebra, manter o equilíbrio da dieta. É preciso lembrar, porém, que os alimentos comprados prontos trazem medidas-padrões que não indicam, necessariamente, a quantidade ideal para todo mundo. Para facilitar, a sugestão é usar uma regra de três e descobrir o ideal para você. As recomendações diárias dos principais nutrientes são: 50% a 70% de carboidratos, até 20% de proteínas e não mais do que 30% de gorduras.

“Dando preferência, é claro, aos alimentos integrais e legumes, às proteínas magras e às gorduras de boa qualidade”, enfatiza Raphaella Cordeiro.
Coordenadora do curso de nutrição no Centro Universitário UniBH, Sabrina Fabrini faz outra ressalva importante. “Se um alimento contiver mais do que 30% de um determinado ingrediente, é bom ligar o alerta”, afirma.

Confira dicas com Raphaella Cordeiro:
 

Substâncias que causam alergias devem estar explícitas

Alérgicos e intolerantes a determinadas substâncias devem ter atenção especial ao que retiram da prateleira e levam para casa. Uma resolução recente da Anvisa obriga a rotulagem dos principais alimentos alergênicos e ajuda quem não pode com tudo a ficar longe dos fatores de risco.

Apenas alimentos embalados que sejam preparados ou fracionados em serviços de alimentação e comercializados no próprio estabelecimento, encomendados pelo consumidor ou vendidos sem embalagens estão livres da regra, em vigor há três meses.

A medida se aplica também às bebidas, ingredientes e aditivos alimentares embalados na ausência do consumidor, inclusive os que são destinados ao processamento industrial e aos serviços de alimentação.

LISTA EXTENSA

Dentre os alimentos causadores de alergia estão trigo, centeio, amendoim, castanhas, crustáceos, soja, peixes e até o látex, capaz de provocar contaminação cruzada, ou seja, pode até não ter sido adicionado intencionalmente à receita, mas processado, preparado ou até manipulado próximo ao alimento.

A informação deve estar clara no rótulo e vir descrita da seguinte maneira: “Alérgicos, contém glúten”, por exemplo. Produtos com glúten e fenilalanina já seguem a determinação. O primeiro ingrediente deve ser evitado pelos celíacos, intolerantes à proteína, e o segundo, por fenilcetonúricos, incapacitados de quebrar adequadamente a molécula da fenilalanina.

Na avaliação da nutricionista Sabrina Fabrini, a medida, positiva, beneficia também quem segue dietas mais restritivas, eliminando alimentos com glúten e lactose, por exemplo. “Quando a pessoa pensa em lactose, por exemplo, não vem escrito isso no rótulo, mas se está explícito algum ingrediente que contenha leite, ele já sabe que não pode consumir”, detalha.

De 8% a 10% dos brasileiros têm algum tipo de alergia alimentar. As reações mais comuns ao ingerir substância alergênica são pele vermelha e inchada, coceira e vermelhidão. Além disso, é possível haver falta de ar, chiado, vômitos, diarreia e sensação de desmaio.

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