Raio X das árvores de BH vai demandar mais três anos de trabalho de campo

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
04/07/2015 às 07:50.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:45
 (Wesley Rodrigues - 30/3/2015)

(Wesley Rodrigues - 30/3/2015)

O inventário das árvores de Belo Horizonte foi anunciado em 2011 como uma forma de recensear as espécies e subsidiar o manejo em toda a cidade. O estudo deveria ter ficado pronto em agosto de 2013, conforme o contrato, mas está quase dois anos atrasado. No ritmo atual do cadastramento, realizado por uma equipe da Universidade Federal de Lavras (Ufla), a demora será ainda maior. Na melhor das hipóteses, será entregue daqui a três anos, em 2018.   Ao todo, já foram compilados dados de 246.529 árvores e, até fevereiro, a expectativa é a de que o estudo tenha chegado a 300 mil exemplares, média de 7 mil por mês. Nesse passo, seriam necessários mais 26 meses para cadastrar as 180 mil restantes – o total estimado de plantas é de 480 mil.   A demora, segundo o gerente de Projetos Especiais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), Júlio De Marco, está ligada principalmente à quantidade de espécies encontradas na cidade até agora, mais que o dobro do previsto. “Imaginávamos 185 tipos e, até o momento, já chegamos a 382. Cada vez que uma espécie nova é encontrada, é preciso treinar toda a equipe para identificá-la e incluir corretamente no banco de dados”.   Dificuldade para o lançamento dos dados no sistema, em função da instabilidade do sinal de internet, e problemas com segurança enfrentados pela equipe também foram apontados como empecilhos.   Novidades   Entre os tipos “exóticos” encontrados pela cidade estão goiabeira e limoeiro, pouco comuns em logradouros públicos. As espécies mais recorrentes são murta, sibipiruna, quaresmeira e castanheira.   Dentre as regiões em que o levantamento já foi feito, a Centro-Sul foi a que apresentou o maior número de árvores: 90.672. Em seguida vêm a Noroeste (59.160), Oeste (54.208), Leste (31.773) e, por último, a Pampulha, onde até agora foram catalogados 10.716 exemplares.   O inventário das árvores começou a ser produzido em fevereiro de 2011. Inicialmente, esperava-se encontrar 300 mil árvores em toda a cidade. A estimativa, entretanto, foi aumenta em 80 mil exemplares e, atualmente, foi para 480 mil.   O documento custará à Prefeitura de Belo Horizonte R$ 3,4 milhões, até fevereiro, quando será finalizada a primeira etapa do projeto. O estudo é executado em parceria com a Cemig, por técnicos da Fundação de Desenvolvimento Científico e Cultural (Fundecc) da Ufla, contratados por licitação. Será preciso abrir uma nova concorrência para a execução da segunda e última etapa do trabalho.   Utilidade   O inventário vai permitir criar condições de monitoramento e controle da arborização, reduzir os custos de manutenção das árvores e propor medidas de urbanização baseadas nos tipos cadastrados.   Além de classificadas por espécie, as árvores ganham especificações sobre raiz, tronco, copa, meio onde está plantada, tipo de rede que passa por cima (elétrica, telefônica), imóvel onde está situada e condições da calçada.   ALTO PERIGO – No fim de junho, uma árvore caiu na Faculdade Medicina da UFMG e atingiu a calçada, na Região Hospitalar; uma enfermeira de 43 anos ficou ferida. (Foto: Wesley Rodrigues - 1/7/2015)   Árvores da avenida Alfredo Balena representam risco iminente   No dia 29 de junho, uma enfermeira de 43 anos ficou ferida ao ser atingida por um galho de árvore de grande porte, que caiu na avenida Alfredo Balena, no bairro Santa Efigênia, região Leste da capital. O acidente aconteceu no início da noite, quando a mulher aguardava um ônibus no ponto em frente à Faculdade de Medicina da UFMG. Após quebrar, a árvore caiu dentro do campus da universidade e danificou uma grade.   Em maio, no mesmo local, uma árvore caiu sobre dois carros após um forte temporal à noite, mas ninguém ficou ferido.   Chuva de granizo e rajadas de vento causam estrago na Praça da Liberdade   Pelo menos 11 árvores caíram, em toda a cidade, no dia 30 de março, após uma forte chuva acompanhada de granizo e rajadas de vento. Foram registradas quedas no bairro Alípio de Melo (Noroeste) – onde uma pessoa ficou ferida após o carro em que estava ter sido atingido por um galho –, na avenida do Contorno, no Barro Preto (Centro-sul), na Antônio Carlos (Lagoinha) e no bairro Santa Lúcia (Sul).   Na Praça da Liberdade, um exemplar de grande porte caiu na alameda da Liberdade, deixando assustados pedestres e motoristas que passavam pelo local.   31% das árvores cadastradas ficam entre o início dos imóveis e o passeio

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