O fenômeno “urban mining” (minério urbano) espalha lucros pelo mundo com a extração de materiais como ouro, prata, cobre, platina, gálio, irídio e paládio da sucata eletrônica. A reciclagem de resíduos eletroeletrônicos (REEs) gera US$ 15 bilhões ao ano, mas o benefício maior fica com o meio ambiente.

Reciclar significa reduzir a necessidade de retirada desses materiais diretamente da natureza, minimizando os consequentes impactos da atividade extrativa. E, no caso do lixo eletrônico, vai além disso: pilhas, baterias e computadores descartados incorretamente acabam trazendo prejuízos à saúde por causa do material tóxico presente nesses componentes.

Conforme o relatório de Gestão Sustentável de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos na América Latina, da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil produziu 1,4 milhão de toneladas de lixo eletrônico em 2014.

Porém, o último levantamento do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, de 2013, indica que apenas 724 das mais de 5.500 cidades brasileiras têm coleta desse tipo de material, e a quantidade de empresas que fazem esse serviço também é pequena no país. É nesse cenário que entram os “garimpeiros urbanos”.

PhD em química ambiental pelo Georgia Institute of Technology, de Atlanta (EUA), ele atuou em mineradora de ouro por muitos anos e lecionou na UFMG. Além da empresa que possui na capital mineira, o consultor ambiental já expandiu os horizontes: em parceria com um investidor estrangeiro, abriu uma filial nos Estados Unidos.

Segundo Pós, o material recuperado é reutilizado em novos produtos eletrônicos – o que reduz a coleta de novos componentes na natureza. Ouro e outros metais preciosos são fundidos e revendidos na forma de lingotes para joalheiros ou para utilização industrial em circuitos de telefones celulares.

“Um business perfeito. Elimina-se o lixo eletrônico e, reciclando, faz-se lucro”, comenta.

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