Recuperação do Rio Doce deve demorar dez anos, segundo AGU

Hoje em Dia
19/01/2016 às 19:12.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:05
 (Leonardo Morais/Hoje em Dia)

(Leonardo Morais/Hoje em Dia)

Representantes da Samarco, Vale e BHP se reuniram nesta terça-feira (19) com o advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Adams, em Belo Horizonte, para discutir a reparação dos danos na Bacia do Rio Doce pelo rompimento da barragem, em Mariana. A expectativa é a de que um acordo seja fechado até o fim de janeiro.

Estima-se que pelo menos dez anos sejam necessários para recuperar os rios que formam a bacia. Mas a responsabilidade da Samarco vai além: a mineradora terá que fazer compensações ambientais por todo prejuízo causado.

Além de transparência na condução dos trabalhos, outra exigência da Advocacia-Geral da União (AGU) é que as medidas a serem tomadas favoreçam as comunidades afetadas pela tragédia, informou o ministro Adams.

Plano Único

A AGU estuda a possibilidade de incluir no acordo as ações de outros órgãos, como Ministério Público estadual e federal. A justificativa do advogado-geral de Minas, Onofre Alves Batista Júnior, é que a Samarco não tem condições de responder a todas as demandas que lhe estão sendo feitas ao mesmo tempo.

“Estamos vendo um efeito estrela. São várias pontas, várias ações, e a empresa não consegue agir. Agora, queremos colocar ordem, estipular prioridades, até mesmo porque os recursos disponíveis são finitos”, disse Onofre.

Mesmo sabendo da complexidade do acordo que será fechado, ficou decidido que, por agora, a Samarco não sofrerá novos bloqueios de recursos como garantia de que as providências serão tomadas. Para Onofre, não faz sentido ter uma enorme quantia de dinheiro depositado se a mineradora ficar sem recurso para executar os trabalhos.

Ibama

Nesta semana, a Samarco entregou ao Ibama o plano de recuperação de áreas devastadas pelo rejeito da barragem de Fundão. Segundo a presidente do órgão, Marilene de Oliveira Ramos, o documento contempla as ações iniciais, como reparação dos rios Carmo e Doce e da zona costeira do Espírito Santo.

“São trabalhos que serão feitos em curto prazo. Queremos que no acordo com a AGU seja discutido algo mais abrangente”.

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