
A Secretaria de Estado de Educação (SEE) deve anunciar em breve um programa de reforço escolar nas unidades de ensino geridas pela pasta em Minas Gerais. O anúncio foi feito pela secretária Julia Sant'Anna durante uma coletiva realizada no início da noite desta quinta-feira (22).
A nova política educacional vem depois de um investimento da pasta em realizar uma busca ativa por alunos que pareciam estar prestes a abandonar a escola. A partir de uma análise dos dados sobre a presença dos estudantes nas escolas estaduais, a secretaria pôde mapear quais eram os que tinham o maior número de faltas e notificar os diretores para que procurassem por esses jovens. Com esse trabalho, 15 mil alunos retornaram às aulas, de acordo com a secretária.
“Estamos em vias de anunciar um programa expressivo de reforço escolar, com formação de professores e material de reforço centralizado na secretaria, mas também considerando as especificidades de cada escola. Ainda não anunciamos porque precisamos de espaço e professores para esse reforço”, afirmou Julia Sant'Anna, lembrando que a publicação da nomeação de mil professores deve ser feita em até 15 dias e a pasta negocia junto à Secretaria de Planejamento mais 2 mil nomeações até o fim deste ano.
Escola Santos Dumont
A SEE reuniu a imprensa um dia após alunos e professores da Escola Estadual Santos Dumont, em Venda Nova, realizarem uma manifestação contra fechamento de turmas na unidade de ensino. De acordo com Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), sete turmas do período noturno do ensino médio, nessa escola, foram fechadas. Para o sindicato, a redução do número de turmas provoca “superlotação, demissões, aumento do estresse no ambiente de trabalho e, consequentemente, prejuízos no aprendizado e qualidade do ensino”.
Confira imagens da manifestação feita por alunos e professores:
A secretária afirmou que a pasta está estimulando um diálogo entre a direção da escola e os alunos para que haja um consenso na questão das turmas fechadas. “Verificamos que a direção está analisando a fusão de turmas e houve um desconforto entre os alunos, que demandavam mais diálogo com a direção. Temos um desejo que haja um maior diálogo entre direção e grêmio nas escolas, pois conversando a gente se entende”, disse.
Julia Sant'Anna afirmou que o diagnóstico feito pela pasta indicou que 225 escolas têm a possibilidade de trabalhar a fusão – ou seja, reduzir o número de turmas, respeitando o limite legal de 40 alunos em uma sala de aula. Por outro lado, o levantamento indicou a possibilidade de superlotação em salas de 679 unidades.
“Há orientação aos diretores escolas de que quando isso (a superlotação) for identificada, que haja desmembramentos. Então, há, sim, a necessidade de fusão em muitos casos se dá pela necessidade de desmembramento em outras salas que estariam superlotadas”, disse a secretária, reforçando que a revisão das turmas também levará em conta a necessidade de abertura de espaços para abrigar o trabalho de reforço escolar.