Registros de incêndios florestais em Minas no ano passado caíram 80% por causa das chuvas

Da Redação
19/01/2019 às 18:22.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:07
 (Evandro Rodney/IEF)

(Evandro Rodney/IEF)

No ano passado, as chuvas presentes em quase todos os meses por Minas Gerais ajudaram a reduzir o número de incêndios florestais nas Unidades de Conservação do Estado. Segundo dados do Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Previncêndio) do Instituto Estadual de Florestas (IEF), a redução foi de 80% em comparação com a média dos últimos seis anos.  Tradicionalmente, a maior parte dos incêndios florestais acontece no período de estiagem, entre os meses de julho e outubro.

A área interna atingida pelos incêndios nas reservas ambientais foi de 8.425,58 hectares, enquanto a média registrada nos anos anteriores a 2018 foi de 42.389,51. Além disso, o número de ocorrências caiu em torno de 22%, sendo registradas 371, enquanto a média dos últimos seis anos foi de 477. Tradicionalmente, a maior parte dos incêndios florestais acontece no período de estiagem, entre os meses de julho e outubro.

Mas segundo o gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do IEF, Rodrigo Bueno Belo, existem diversos fatores e um conjunto de ações sendo realizadas em todo o Estado que devem ser consideradas para explicar os números positivos em Minas Gerais. 

"O maior diferencial em 2018 foi o regime pluviométrico elevado e bem distribuído, quando tivemos chuvas em praticamente todos os meses do ano e chuvas atípicas para os meses de julho a outubro, período em que se concentram os piores incêndios", afirma.  

Todas as regiões do Estado apresentaram redução nos números. Na região do Alto Jequitinhonha, onde existe um grande número de unidades de conservação, como os parques estaduais do Rio Preto, Biribiri e Serra do Intendente, a redução na área interna atingida pelo fogo foi de 84%, passando de 4.248,21 hectares, na média, para 683,12 em 2018.

Já na Região Centro-Norte, a queda foi ainda mais expressiva, chegando a 99%, com apenas 4,31 hectares queimados no interior de unidades de conservação como o Parque Estadual do Sumidouro e os Monumentos Naturais Gruta Rei do Mato e Peter Lund. 

Na região do Rio Doce, o índice foi similar passando de 296,25 hectares entre 2012 e 2017 para 5,69 em 2018, uma redução de 98%. Na região estão localizados o Parque Estadual do Rio Doce e Monumento Natural Pico do Ibituruna, dentre outros.

Na Região Norte, a queda na área interna queimada nas unidades de conservação foi de 70%, porém, o número de ocorrências no interior das reservas ambientais da região cresceu 202%. 

O Parque Estadual Serra do Cabral segue como a unidade de conservação com maior número de ocorrências em Minas Gerais. Em 2018 foram 30 ocorrências no interior do parque, totalizando 719 hectares atingidos pelo fogo. Cada hectare equivale aproximadamente a um campo de futebol.

Minas Gerais possui 94 unidades de conservação estaduais de diferentes categorias, como Parques, Estações Ecológicas, Monumentos Naturais e Áreas de Proteção Ambiental. Em 2018, foram criados dois novos Parques, o da Serra Negra da Mantiqueira e o de Botumirim.  

BH e região

Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o Parque Estadual da Serra do Rola-Moça também experimentou uma queda expressiva na área interna atingida por incêndios florestais. Em 2018, 43,97 hectares dos 3.941,09 da unidade de conservação foram atingidos pelo fogo. A média dos seis anos anteriores foi de 445,23 hectares. O número de ocorrências, porém, cresceu, passando de 45 para 51. 

O Parque Estadual da Serra do Rola-Moça está localizado no Vetor Sul da RMBH, nos munícipios de Belo Horizonte, Brumadinho, Nova Lima e Ibirité. É bastante vulnerável ao fogo, exatamente por estar em área próxima à região urbana, mesmo caso do Parque Estadual Serra Verde, que está situado no Vetor Norte. 

Ainda assim, o Serra Verde, que é vizinho da Cidade Administrativa de Minas Gerais, também experimentou queda na área interna atingida pelos incêndios florestais que passou de 52,06 hectares para 48,92 em 2018. No seu entorno, no entanto, houve pequeno crescimento, de 11,66 hectares entre 2012 e 2017, passou para 22,35 hectares em 2018. Em 2018 foram 128 ocorrências.

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