Remédio: uso sem critério faz do "mocinho" um vilão

Renata Miranda - Hoje em Dia
10/07/2013 às 07:16.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:55

Medicamentos são a principal causa de intoxicação em Minas Gerais. Os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações Toxicológicas (Sinitox) mostram que, em 2010, 2.706 pessoas tiveram algum tipo de reação indesejada provocada por remédios, e dez morreram. Jamais automedicar-se e armazenar as fórmulas corretamente são cuidados fundamentais para evitar problemas, dizem especialistas.

Até fazer um teste alérgico, a supervisora de telemarketing Gabriela Nejain, de 38 anos, sofreu complicações decorrentes do uso de medicamentos. Inchaço dos olhos, enjoos e calombos vermelhos pelo corpo foram algumas das reações que ela teve após consumir determinadas substâncias.
 
Direto para a UTI

Gabriela conta que, depois do parto da primeira filha, a reação aos medicamentos utilizados durante a cesariana foi tão forte que ela precisou ser levada para um leito da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde ficou em observação por algumas horas.

“Já fiz o teste alérgico, que comprovou que não posso ingerir várias substâncias. Mas, até saber disso, cheguei a parar no hospital porque tomei uma simples dipirona”, diz.

“Na ocasião, senti muita falta de ar e por pouco não precisei passar por uma traqueostomia”, relata a supervisora de telemarketing, lembrando que, depois do episódio, sempre comunica médicos sobre o problema.

Automedicação

Nem sempre as pessoas buscam socorro para evitar as complicações decorrentes do uso exagerado ou inadequado dos medicamentos. Por isso, acabam engrossando as estatísticas do Sistema Nacional de Informações Toxicológicas (Sinitox).

O banco de dados centraliza todos os episódios de intoxicação, de diferentes naturezas, no país. Mas atualmente só tem números até 2010 porque aguarda a compilação dos registros feitos pelos centros de informação e assistência toxicológica dos estados (Ciats).
 
De propósito
 
Em Minas Gerais, o Ciat fica no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS), em Belo Horizonte. De acordo com o coordenador do centro, Délio Campolina, é preciso considerar que entre as vítimas, sobreviventes ou não, estão várias pessoas que tentaram suicídio.

“Os casos que registramos são situações muito agudas. Mas devemos nos preocupar porque a gente percebe que as crianças ainda são vítimas da intoxicação acidental”, alerta.

Segundo o Sinitox, 35% das vítimas são meninos e meninas com até cinco anos de idade, que muito provavelmente tiveram fácil acesso aos medicamentos.

As embalagens atrativas e coloridas despertam a curiosidade dos pequenos. Por isso, a ordem para os pais é manter caixas, frascos e vidros de remédios fora do alcance das crianças.
 
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