Reservas ambientais para tentar salvar a "cidade jardim"

Ernesto Braga - Do Hoje em Dia
19/08/2012 às 08:24.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:34
 (luiz costa)

(luiz costa)

Imagine Belo Horizonte com 700 quilômetros de áreas verdes protegidas margeando os cursos d’água que passam pela cidade. A preservação das matas possibilitaria a multiplicação da flora e as reservas ambientais seriam o cenário perfeito para a reprodução dos animais. Os peixes estariam livres do esgoto e do lixo lançados nos córregos e rios.
Por mais utópico que possa parecer, visto que o asfalto e as edificações tomaram conta, por exemplo, das margens dos ribeirões Arrudas e do Onça, essa é uma das sugestões dos ambientalistas para que a BH do futuro ofereça mais qualidade de vida aos moradores.

“A proposta que fazemos, desde 1997, é a de que todas as margens de cursos d’água sejam consideradas corredores ecológicos naturais e transformadas em parques ciliares. Os animais seriam protegidos pelas matas, para tomar água e acasalar”, defende o médico Apolo Heringer Lisboa.


SONHO POSSÍVEL

O ambientalista é um dos coordenadores do Projeto Manuelzão, que trata da despoluição do rio das Velhas. Para ele, os corredores ecológicos não são devaneios de quem almeja uma BH mais próspera.
“Os parques ciliares podem ser criados em afluentes do Arrudas, como os córregos da Serra, do Acaba Mundo, do Leitão e Cachoeirinha, com 30 a 40 metros de mata preservada, dos dois lados, sem esgoto e sem lixo. Imagine a maravilha de cidade que teríamos? Não precisaria nem de zoológico”, diz.


CASCATA

O desejo do ambientalista é compartilhado pelos jovens Tiago Bets Rodrigues, de 17 anos, e Fábio Augusto Costa, de 15. Amigos desde criança, eles cresceram brincando às margens do poluído ribeirão do Onça, no bairro Novo Aarão Reis, Norte da cidade.

A caudalosa cachoeira próxima às casas onde eles moram seria uma boa opção para os dias de sol escaldante, se não estivesse contaminada pelo esgoto e pelo lixo despejados no local.

O mau cheiro e os urubus destoam do projeto idealizado pelo ambientalista. “Minha avó conta que pessoas nadavam e lavavam roupa nessa cachoeira, há muitos anos, quando aqui funcionava uma pequena usina hidrelétrica”, diz Fábio. “Hoje, o que vemos é só sujeira e até cadáveres são encontrados no meio das pedras”, completa Tiago.



Leia mais na versão digital do Hoje em Dia

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por