Restam só 26 vagas de UTI em BH, e oxigênio é problema no interior

Roseane Cunha e Anderson Rocha
horizontes@hojeemdia.com.br
18/03/2021 às 07:57.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:26
 (Marcello Casal jr/ AgênciaBrasil)

(Marcello Casal jr/ AgênciaBrasil)

O colapso no sistema de saúde já é uma realidade na capital e em algumas cidades mineiras. Na rede privada de BH não há mais vagas para o tratamento de pacientes com a Covid-19. No interior, a falta de oxigênio é o novo drama de hospitais abarrotados de doentes. O sufoco é reflexo da explosão de casos do coronavírus no Estado, que nesta quarta-feira (18) bateu recorde de mortes confirmadas em 24 horas – 314 óbitos.

No mesmo intervalo, a metrópole criou mais vagas nas terapias intensivas, mas o reforço não foi suficiente para amenizar a situação. A taxa de ocupação geral está em 96,6% no SUS e nas unidades particulares. Das atuais 746 vagas, 720 estão com doentes graves. Ou seja, restam apenas 26.Marcello Casal jr/ AgênciaBrasil

Na prática, há mais pacientes precisando de leitos de UTI que os hospitais particulares podem oferecer na capital

Por nota, a prefeitura informou que Belo Horizonte se encontra em uma situação grave, “assim como todo o país”. Além das UTIs, os outros dois indicadores – enfermaria Covid e índice de transmissão – estão em nível máximo de alerta. 

Na última sexta-feira, a PBH anunciou novas medidas de restrições para conter o avanço do vírus, além de ter aderido à Onda Roxa do Minas Consciente. No primeiro dia em que as regras mais duras entraram em vigor, a movimentação de carros e pedestres foi pequena na cidade, mas, mesmo assim, alguns comerciantes insistiram em abrir as lojas, com as portas pela metade. A administração municipal disse que reforçou a fiscalização.

Interior

Em alguns municípios mineiros há risco de faltar oxigênio, principal insumo para tratar os pacientes graves. Barão de Cocais, na região Central, foi buscar socorro em Ipatinga, no Vale do Aço. Lá, adquiriu 42 cilindros para abastecer o único hospital municipal, o Waldemar das Dores.

Não há previsão de quanto tempo irá durar o estoque. A unidade de saúde tem 20 leitos, sendo dois de terapia intensiva, e todos ocupados. Doentes em situação mais delicada tem sido levados para Itabira, que está com a taxa das UTIs em 96,15%.

Em Santa Bárbara, vizinha a Barão, o hospital filantrópico Santa Casa Nossa Senhora das Mercês chegou a usar as redes sociais para clamar à população que leve cilindros de oxigênio até a instituição. O telefone de contato é o (31) 3832-1789.

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