Encomendado por Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte, ao arquiteto Oscar Niemeyer, o complexo da Pampulha completa hoje 70 anos. Para comemorar a data, o prefeito Marcio Lacerda assina ordem de serviço autorizando intervenções imediatas na região, especialmente na lagoa. O objetivo é acelerar o processo de despoluição e valorizar a região, considerada um dos mais importantes cartões-postais da capital.
Há anos, a lagoa passa por um processo frustrado de recuperação, com R$ 430 milhões gastos, desde 2002, apenas pela Copasa. As novas intervenções serão implementadas em três fases: o desassoreamento, a limpeza do espelho d’água e a elaboração de um programa voltado para o tratamento permanente da represa. “A Pampulha é uma região simbólica para Belo Horizonte, por vários motivos. Além de um atrativo turístico de destaque, temos aqui parte da nossa história”, disse Lacerda.
Na avaliação do prefeito, a capital é privilegiada por ter sido palco do início da parceria entre JK e Niemeyer. “Hoje, nos seus 70 anos, a Pampulha é um orgulho para todos nós, e é nosso compromisso fazer com que essa região seja sempre uma referência”.
Sujeira
O programa de desassoreamento da lagoa tem como objetivo retirar, até maio do ano que vem, cerca de 800 mil metros cúbicos de sedimentos acumulados no entorno da ilha e na foz dos córregos Sarandi/Ressaca e Água Funda.
O desassoreamento aumentará a capacidade da lagoa, reduzindo os riscos de transbordamento dos ribeirões Pampulha e Onça, beneficiando 105 mil habitantes.
Paralelamente, a qualidade da água será recuperada por meio de processos químicos. As ações de desassoreamento e de tratamento são de responsabilidade da prefeitura, com investimento de R$ 120 milhões.
Esportes náuticos
Para alcançar os objetivos de recuperação ambiental da represa, possibilitando sua utilização inclusive para esportes náuticos, a prefeitura também planeja implantar outras ações, como a ampliação do sistema de coleta e interceptação de esgotos sanitários.
Esse programa, que encontra-se em andamento a um custo de R$ 102 milhões, estende-se por toda a bacia hidrográfica da Pampulha, incluindo sua parcela no município vizinho de Contagem, com o objetivo de atender a 95% da população dessa bacia até dezembro.
A ação é planejada de forma conjunta entre a Copasa, concessionária dos serviços de água e esgotos, e as administrações municipais de Belo Horizonte e Contagem.