Rompimento de duto da Vale contamina rios de Itabirito, Congonhas e Ouro Preto

Gabriela Sales
gsales@hojeemdia.com.br
15/03/2017 às 09:49.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:45

As águas dos rios de Itabirito, Congonhas e Ouro Preto, na região Central de Minas foram contaminadas com rejeitos devido ao rompimento de um duto da Vale. A mineradora informou que o duto que apresentou a falha está instalado na Mina da Fábrica, em Congonhas. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informou que a empresa será multada pelo órgão ambiental pelos danos ocasionados ao meio ambiente. O valor da multa ainda será calculado.

O vazamento foi identificado na última segunda-feira (13) e, conforme a empresa, o equipamento já foi reparado. A Prefeitura de Itabirito informou que o rejeito atingiu as águas do Córrego Prata, contaminando também o Córrego Almas e o Ribeirão Mata Porcos, chegando até o rio Itabirito.

O Executivo detalhou ainda que, apesar do acidente, não houve comprometimento no abastecimento de água dos moradores da cidade. Ainda de acordo com a administração, até o momento, não há registro de mortandade de peixes.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Itabirito notificou a Vale. A empresa informou que o vazamento já foi contido e que os esclarecimentos aos órgãos ambientais foram feitos e que está apurando as causas da ocorrência.

Meio Ambiente

Em nota, a Semad informou que o vazamento na tubulação de transporte de rejeito de beneficiamento de minério de ferro, pertencente à Empresa Vale S.A, em Ouro Preto, foi totalmente contido.  A tubulação que vazou encontra-se no trecho onde o rejeito é encaminhado, por gravidade, estando o mesmo enterrado. De acordo com o técnico do Núcleo de Emergência Ambiental (NEA) o vazamento ocorreu na junção de dois tubos.

O rejeito vazado atingiu a rede de drenagem pluvial da estrada operacional da Vale e seguiu para a barragem Forquilha IV, por onde vazou, próximo ao vertedouto da barragem, o que ocasionou o carreamento de rejeito para o Córrego do Prata no encontro com o Córrego das Almas e o Córrego Mata Porco, além de uma área de solo dentro da empresa .

Foi solicitado pelo órgão ambiental que fosse realizado pela empresa, imediatamente, o fechamento do sistema de adução de rejeito, o desvio da drenagem de água pluvial, a implantação de luva de proteção na área de alagamento da barragem Forquilha IV, a troca da tubulação do duto, a realização de um reforço nas juntas e a revegetação da área afetada. Ressalta-se que todas as medidas tomadas acima foram essenciais para que o vazamento não atingisse uma área maior de abrangência.

Também foi solicitado pelo NEA que a Vale S.A encaminhe à Semad, no prazo máximo de sete dias, um cronograma detalhado das ações que serão realizadas para a limpeza e remediação total da área afetada pelo acidente. 

De acordo com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), não existe nenhum risco de desabastecimento de água para a população.

Histórico

No dia 5 de novembro de 2015, 35 bilhões de litros de rejeitos de minério vazaram da Barragem Fundão, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, região Central de Minas. O desastre matou 19 pessoas, destruiu povoados e poluiu 650 km do Rio Doce entre Mariana e o litoral do Espírito Santo.

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