O cheiro de biscoito quentinho, saindo do forno, se mistura ao aroma inigualável do cafezinho, em São Tiago, a 194 quilômetros de Belo Horizonte, no Campo das Vertentes. Essa tradicional combinação do interior de Minas irá compor a “mesa” da Praça da República, a principal da cidade, durante a 15ª Festa do Café com Biscoito, que começa nesta sexta-feira (13) e vai até domingo.
Casadinhos de goiaba, quebra-quebra de polvilho, pão de queijo, torresmo, doce de leite, doce de abacaxi, limão, pimenta, alho e cebola, estão entre os mais de 100 sabores de biscoitos 100% artesanais que poderão ser degustados e comprados.
Para acompanhar, 40 tipos de café, como a mistura da bebida com uísque, cachaça, sorvete, conhaque, garapa, além do capuccino e moca, mesclado com chocolate.
Cerca de 60 mil pessoas devem passar pela praça. Para recepcionar os visitantes, 13 produtores locais vão distribuir 5,5 toneladas da guloseima e cinco mil litros de café para degustação. Quem quiser levar para casa, poderá encontrar os produtos à venda nas mais de 20 barracas, que oferecerão também artesanato local, queijos, frutas e outras bebidas.
Mantida a tradição de comercialização, a expectativa é a de que sejam vendidos 10 mil pacotes de 200g e 400g.
Atualmente, São Tiago tem 67 produtores, que fabricam mais de 200 toneladas de biscoitos por mês, atividade que impulsionou a economia do município na década de 90.
Cerca de 3 mil dos 10.500 habitantes se ocupam direta e indiretamente com a atividade, o que elevou o município à categoria de emprego pleno.
Forno
No “Espaço forno na praça”, atração permanente da cidade, o público tem a oportunidade de reviver o passado. A ideia é reconstruir um cenário de fornos de barro a lenha, encontrados antigamente no quintal das casas do interior e recuperar a tradição do modo de fabricação.
O costume que mantém vivas receitas centenárias é passado de geração em geração. Noemi Maria de Resende tinha 7 anos quando começou a ajudar a mãe e a avó a fazer biscoitos, na fazenda. Hoje, o hábito se tornou rotina e, aos 73 anos, se considera expert na confecção das delícias e passa as memórias e práticas para a neta de 7 anos.
“Eu era criança e morava na fazenda, onde fazíamos os biscoitos, que eram colocados no carro de boi e levados para a festa na cidade. Assim, surgiu o evento”, lembra Noemi, que não faz mais para vender, mas para família e as visitas.
Durante a festa, será lançado o selo oficial do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, que garante aos biscoitos da cidade a procedência geográfica e o título de autenticidade.
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