Síndrome avança em Minas e cervejaria é interditada

Bruno Inácio, Cinthya Oliveira, Renata Evangelista e Rosiane Cunha
horizontes@hojeemdia.com.br
11/01/2020 às 08:35.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:15
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Mais vítimas, interdição da Backer determinada pelo Ministério da Agricultura e ordem expressa para o recolhimento de cervejas. A doença desconhecida – agora chamada pelas autoridades de síndrome nefroneural – avança em Minas. Nesta sexta-feira, subiu para dez o número de doentes e a fábrica da empresa está proibida de abrir as portas por “risco iminente à saúde pública”.

Para piorar, o temor diante da bebida supostamente contaminada vai além dos limites do bairro Buritis, na zona Oeste de BH. Pelo menos 33 mil garrafas dos lotes ainda sob análise foram produzidas e distribuídas para quatro regiões mineiras, dois estados e o Distrito Federal. 

A própria Backer confirmou a distribuição na Grande BH, em Tiradentes (Campo das Vertentes), Ouro Preto (região Central) e cidades do Centro-Oeste, além de São Paulo, Espírito Santo e Brasília.

Unidades do rótulo Belorizontina que ainda estejam sendo vendidas serão recolhidas por fiscais, conforme determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Vale ressaltar que auditores da União – farmacêuticos, químicos e engenheiros agrônomos – apuram ainda as circunstâncias em que ocorreu a contaminação verificada pela Polícia Civil de Minas nos lotes L1 1348 e L2 1348. Análises laboratoriais seguem sendo realizadas nas amostras coletadas. E mais de 16 mil litros de cerveja foram apreendidos de forma cautelar. Novas informações serão prestadas após os resultados dos exames.

Doentes

Detalhes sobre os dez casos investigados não foram repassados. Até o momento, as informações oficiais dão conta de que as vítimas são homens, ao menos sete estão internados e um morreu. Exames de sangue de três pacientes confirmaram a substância tóxica dietilenoglicol, encontrada em amostras da cerveja recolhidas pela Polícia Civil.

Cervejaria

Sobre a distribuição da bebida em Minas e outros estados, a diretora de Marketing da Backer, Paula Lebbos, ressalva: “Não significa que as 33 mil garrafas estão contaminadas”.

Em entrevista coletiva, a gestora informou que a empresa já havia tomado a decisão de encerrar a produção na fábrica do Olhos D’Água neste sábado para investigação própria. “Convocamos parceiros fornecedores de maquinários e equipamentos para poder fazer testes e esclarecer os fatos ao nosso cliente”. 

Sobre a interdição, o advogado da Backer, Estevão Negin, disse que tomará medidas cabíveis na Justiça. “Várias diligências foram feitas e nenhuma autoridade identificou a presença dessa substância. Não é possível afirmar que alguma intoxicação ocorreu. A gente não pode especular o que aconteceu”.



 

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