Sócio do Verdemar e funcionários de construtora são denunciados por trabalho escravo e aliciamento

Hoje em Dia (*)
31/03/2014 às 18:43.
Atualizado em 18/11/2021 às 01:52
 (Reprodução/mentalidadeverdemar.blogspot)

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O sócio da Organização Verdemar Ltda e três funcionários da rede de supermercado e da Construtora Línea, empresa responsável por todas as obras civis da primeira organização, foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) pelos crimes de trabalho escravo e aliciamento de trabalhadores. Os outros acusados são Elmar José Coutinho e Benedito dos Santos Andrade, administrador e funcionários da construtora, e Leandro Souza de Pinho, gerente de recursos humanos do Verdemar.   Elmar e Hallisson foram acusados dos dois crimes e Benedito e Leandro somente por aliciamento. Se condenados, os denunciados por crime de trabalho escravo podem ficar de 2 a 8 anos presos e os por aliciamento de 1 a 3.   Ao ser informada sobre a denúncia, a assessoria do Verdemar alegou, por meio de nota, que "a organização não concorda com as afirmações e que o caso está entregue aos cuidados do Escritório de Advocacia Sérgio Bernardes". Já a Construtora Línea ainda não se manifestou.   Segundo a denúncia, durante fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 40 empregados da construtora e 13 do Verdemar foram encontrados em condições degradantes de trabalho em alojamentos compartilhados pelas duas empresas em março de 2013. Os alojamentos usados por ele estavam em péssimas condições de conservação, higiene e limpeza. Não havia lavatório e mictório nas instalações sanitárias, nem era fornecida água potável aos trabalhadores. Eles ainda tinham de beber água de uma torneira instalada junto à pilastra, ao nível do chão, sem qualquer processo de filtragem ou purificação. Além disso, também não eram fornecidas camas adequadas, nem lençol, travesseiros e cobertores.   Ainda segundo o MPF, o local destinado às refeições era precário e separado apenas parcialmente do local das obras por chapas de madeirite.    Segundo as investigações, testemunhas afirmaram que tanto Elmar Coutinho quanto Hallisson Moreira tinham pleno conhecimento das condições dos alojamentos, sendo que o administrador chegou a ir ao canteiro de obras praticamente todos os dias. Outros depoentes ainda afirmaram que Leandro Souza Pinho e Hallisson Moreira conheciam e já tinham comparecido pessoalmente aos lugares vistoriasos, que ficavam no bairro Jardim Canadá, em Nova Lima, na Grande BH. Em outra ocasião, houve relato de uso de drogas e encontros sexuais nos alojamentos, quando Hallisson Moreira alugou outra casa próxima ao local para acomodar alguns funcionários do Verdemar. No entanto, o novo alojamento também não atendeu às exigências do MTE.   Já sobre o crime de aliciamento de trabalhadores foi apurado que a construtora em questão usava a Benedito Andrade para agenciar trabalhadores fora de Belo Horizonte em algumas cidades do Estado de Sergipe. Por indicação de Elmar Coutinho, o Verdemar passou a fazer uso do mesmo expediente. “Nesse contexto é que o gerente de Recursos Humanos da Organização Verdemar Ltda, Leandro Spuza de Pinho, acompanhado da Coordenadora de Recrutamento e Seleção daquela empresa, Adriane Gualberto, dirigiram-se até a cidade sergipana de Japaratuba/SE, para lá entrevistarem e efetivamente selecionarem pessoas previamente reunidas por Benedito dos Santps Andrade”, relatou a denúncia. O próprio Leandro confirmou que agiu a mando de Hallisson Moreira e que teriam sido contratadas 13 pessoas. (*Com informações do MPF)

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