BH tem ambulatório para crianças com alergia à proteína do leite com atendimento gratuito

Da Redação
17/01/2019 às 15:05.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:05
 (Leila Porto/PBH)

(Leila Porto/PBH)

Podendo acometer até 10% das crianças entre 0 e 2 anos de idade, a alergia à proteína do leite de vaca traz uma série de dificuldades tanto para o bebê quanto para a mãe. Em Belo Horizonte, os responsáveis por crianças que sofrem da condição têm acesso a um tratamento multidisciplinar gratuito para ajudar no tratamento, que é oferecido na Unidade de Referência Secundária Saudade, no bairro Saudade, região Leste da capital.

Na unidade, as crianças são atendidas por uma equipe multidisciplinar, composta por médicos (pediatra, alergologistas e gastroenterologista), nutricionistas, enfermeiras, assistente social, farmacêutica e equipe administrativa. Os profissionais são responsáveis por avaliar cada caso e trabalhar em conjunto com a família para levar qualidade de vida às crianças que precisam.

Para ter acesso ao tratamento no ambulatório, a criança deve ser encaminhada por um médico de um centro de saúde. Quando há a recomendação, é feito o agendamento direto na unidade por telefone. O ambulatório funciona segundas, terças, quartas e sextas-feiras, no período da manhã. Por semana, são realizados, em média, 10 testes de provocação para o diagnóstico e cerca de 30 consultas ambulatoriais. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, responsável pelo serviço, cerca de 700 crianças já foram atendidas no ambulatório.

A alergia

A hipersensibilidade é mais comum na infância e acomete de 5 a 10% das crianças com até dois anos de idade. Entre os vários tipos existentes, a alergia à proteína do leite de vaca é a mais comum nessa faixa etária. 

Médica alergologista, pediatra e pneumologista infantil, Marisa Lages Ribeiro explica que a alergia alimentar se manifesta de duas formas principais: alterações na pele ou no intestino. "As chamadas urticárias deixam a pele empolada e avermelhada, coçam e aparecem logo após o contato, na região da boca ou no corpo, nas primeiras duas horas. A alergia pode causar também cólicas, vômitos, diarreia e às vezes sangue nas fezes. Esse tipo de reação pode causar desidratação". A médica reforça também que, mesmo o bebê fazendo uso de leite materno, a mulher deve ficar atenta a esses sintomas. 

Segundo Maria Lages, a prevenção é muito importante. "O leite materno é o principal alimento da criança e deve ser oferecido exclusivamente ao peito, até os seis meses de idade, pelo menos, ou deve ser mantido enquanto a mãe puder continuar amamentando. O aleitamento materno é uma das principais formas de prevenir os processos alérgicos ao longo da vida, além de prolongar o vínculo mãe e filho e do aspecto nutricional e emocional". 

Prematuro, o pequeno Bernardo Manoel Rodrigues, hoje com oito meses, nasceu com complicações cardíacas, pulmonares e baixo peso. Dois meses após a alta hospitalar, o bebê apresentou sintomas de alergia alimentar, como desarranjo intestinal por 13 dias seguidos e sangue nas fezes. A mãe, Michely Albino Rosa, levou o filho por diversas vezes nos serviços de emergência até confirmar o diagnóstico de alergia à proteína do leite de vaca. 

"Cheguei a dar leite sem lactose, achando que seria suficiente. Foi então que fiz os exames e consultas necessários e recebi o apoio e orientações dos profissionais da Unidade de Referência Secundária Saudade. Hoje, ele toma fórmula e se alimenta com polpa de frutas. A alergia está controlada", conta emocionada. 

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