Leito hospitalar no Brasil é 28% mais caro que nos EUA, revela pesquisa da UFMG

Hoje em Dia
Publicado em 06/01/2015 às 13:16.Atualizado em 18/11/2021 às 05:34.
O custo do leito hospitalar no Brasil é em média 28,4% mais caro que o dos hospitais norte-americanos. Foi o que revelou pesquisa realizada por médicos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Para chegar ao resultado, os estudiosos analisaram o tempo de utilização dos leitos por cada paciente, por meio da metodologia do DRG, ferramenta usada em vários países, em todo o mundo.
 
Segundo o professor de Medicina da UFMG, Renato Couto, avaliando 145.710 relatórios de altas em 117 hospitais brasileiros, os pesquisadores concluíram que nos Estados Unidos tratou-se mais pacientes com segurança e em um menor tempo de internação.  A pesquisa mostra que é possível tratar pacientes na mesma categoria de risco DRG usando 28% a menos de leitos hospitalares, o que está ligado diretamente ao custo e desempenho da produção assistencial. 
 
“Esta informação e gerenciamento são pontos críticos para que os hospitais aumentem a disponibilidade de leitos sem a necessidade de maiores investimentos. Tratar mais pacientes no mesmo número de leitos hoje existentes é critico em um cenário macroeconômico de contingenciamento de custos”, comentou Couto.
 
De acordo com o médico, a economia por ganho de produtividade pode ser estimada em bilhões de reais por ano. “Apenas na saúde suplementar o custo anual da assistência hospitalar é da ordem de R$ 32 bilhões. O aumento de 28% da produtividade hospitalar é uma oportunidade de melhoria de uso de recursos no sistema de saúde nacional. No Brasil, há sérios problemas envolvendo a atividade assistencial da saúde que determinam aumento supérfluo de custos. Melhorias nos processos podem proporcionar ganhos da produtividade com benefício para todos os interessados do sistema de saúde. Assistência com menor custo e maior oferta de leitos para os necessitados”, explicou. 
 
Para ele, a dificuldade de quem gerencia um hospital é comparar e gerenciar custos dos procedimentos, devido as diversas peculiaridades. “Por exemplo, uma cesariana realizada em uma jovem sem nenhum problema de saúde é diferente de uma cesariana em uma gestante com hipertensão, diabetes gestacional, obesa e com mais de 40 anos”, diz. 
 
A solução para o sistema, seria oferecer “categorias assistenciais” compatíveis com cada paciente, o que gera custos e resultados previsíveis. Os benefícios proporcionados são o aumento da produtividade hospitalar, governança clínica efetiva e alta qualidade assistencial.
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