(Flávio Tavares/Hoje em Dia)
Dor, limitação nas articulações e lesões avermelhadas na pele são as principais características da artrite psoriásica. Pouco conhecido pela população, esse tipo de reumatismo é autoimune e atinge 0,2% da população mundial, estima a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). “Assim como as outras doenças reumáticas, a artrite psoriásica ou psoriática é um processo inflamatório e pode comprometer a locomoção do paciente”, explica o presidente da regional mineira da entidade, Gustavo Lamego de Barros Costa. Dentre as áreas mais afetadas estão joelho, cotovelos, coluna e bacia. Há quatro anos, a aposentada Maria Tereza Morais Cruvinel, de 61, soube que tinha a doença. “As dores nos braços e pernas eram insuportáveis. Com o diagnóstico certo e medicamentos, as crises foram controladas”, conta. Mesmo assim, retomar tudo o que fazia antes de os primeiros sintomas surgirem foi impossível. “Crochê e tricô eram minhas paixões. Com a inflamação nas articulações, não consigo manusear as agulhas”, diz Maria Tereza. Sem se dar por vencida, ela busca se adaptar à nova condição executando tarefas rotineiras, como os serviços domésticos, com um pouco mais de tempo. “Faço sem pressa”, brinca. A doença atinge, em geral, homens e mulheres de 30 a 60 anos. No entanto, há registros também em crianças e idosos. “A artrite psoriásica pode acontecer em qualquer idade, mas tende a surgir uma década após os primeiros sinais de psoríase”, explica a reumatologista Maria Vitória Quintero, membro das sociedades Brasileira e Mineira de Reumatologia. Significa que as lesões na pele costumam aparecer bem antes das dores nas articulações. O contrário só ocorre, em média, em um a cada sete casos. Transtornos Desde os 6 anos, a universitária Natália Moreira Ribeiro, hoje com 19, faz tratamento contra o reumatismo psoriásico. “Às vezes, tenho crises com dores fortes nas articulações do punho e tornozelo”, diz. Nessas ocasiões, segurar um copo d’água ou simplesmente carregar um livro pode ser penoso. “Até andar fica complicado”. Para a funcionária pública Ana Luísa de Castro, de 38 anos, o maior problema está nas lesões. “No início, cheguei a ficar em depressão. Me sentia feia, tinha dores na coluna e a coceira era insuportável”. A reação na pele não é contagiosa. Em alguns casos, as lesões somem durante o tratamento. “Cremes e pomadas podem amenizá-las”, diz a médica Maria Vitória Quintero.