Missão salvar vidas: no Dia da Enfermagem, conheça a luta de profissionais nos hospitais de BH

Vivian Chagas (*)
@vivisccp
12/05/2021 às 11:29.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:54
 (Reprodução/Arquivos Pessoais)

(Reprodução/Arquivos Pessoais)

A luta contra a Covid-19 tem várias frentes de batalha e milhares de heróis de diferentes especialidades. Todos, porém, em prol de uma só missão: salvar vidas. Na data em que é celebrado o Dia Internacional da Enfermagem, conheça a história de alguns trabalhadores que têm sido decisivos na prevenção e no combate à doença. São pessoas que precisam lidar com medo, o cansaço e, não raro, a desvalorização profissional. 

As perdas são a maior adversidade que Raissa Lima, de 21, diz enfrentar. Ela atua no Hospital Biocor, na Grande BH, há cinco meses. “As pessoas achama que a enfermagem é acostumada com a morte, mas todos os pacientes que se vão é como se eu tivesse perdendo um familiar, porque sei a dor que a família sente e o que isso causa. Então, meu maior desafio é engolir o choro e saber lidar”, revela.

Raissa diz que, no CTI, brinca com os pacientes e até mesmo se apega. Às vezes, quando retorna ao trabalho, e a pessoa está entubada ou desacordada. “É um exercício psicológico diário e, infelizmente, não somos valorizados”, afirma.Reprodução/Arquivo Pessoal

Raissa emocionada em seu ambiente de trabalho

Trabalhar por horas nas unidades de saúde, ficando isolados da família é outro desafio, conta a enfermeira sênior do Hospital Paulo de Tarso Ana Cláudia Barroso Vieira, de 30. “Estamos caminhando para quase dois anos de pandemia e de isolamento total dos meus pais. Não conseguir ver eles é uma das coisas que mais me deixa mais triste. Mas tenho fé e esperança que isso está próximo do fim”, diz.Fernando Michel/Hoje em Dia / N/A

Ana trabalha na recuperação e reabilitação de pacientes pós-Covid-19 

Ana trabalha na recuperação e reabilitação de pacientes pós-Covid-19 que precisam de cuidados continuados e integrados para se recuperar das sequelas da doença. Emocionada, fala sobre a paixão pela profissão.

“Ser enfermeira é carregar a missão de olhar pelo outro e dar tudo de si para que vidas sejam ajudadas. Falo que a profissão exige dedicação, cuidado, disposição, sacrifícios. Mas, primeiro, vocação. O momento atual aplaude a enfermagem, e isso nos encoraja, emociona e transmite gratidão”.

Mortes

Em Minas, foram reportados 3.696 casos do novo coronavírus em enfermeiros e 44 óbitos, segundo dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Rômulo Lima Barroso de Queiroz, de 35 anos, atuou no Centro Especializado em Covid-19 (Cecovid), instalado na UPA Centro-Sul, em Belo Horizonte. Diante do aumento de óbitos de colegas e profissionais que estavam prestando assistência, além da sobrecarga, pediu demissão no início do mês passado: “Mesmo sendo concursado na unidade, não dei conta de toda demanda, da sobrecarga física e emocional”, desabafa.Reprodução/Arquivo Pessoal / N/A

Rômulo lutando pelos seus direitos

O presidente do Conselho Regional de Enfermagem, Bruno Farias, reforça sobre a importância da categoria que tem um papel vital no sistema de saúde. “Somos mais de 250 mil profissionais em Minas e 2,4 milhões no país, representando a maior categoria no Brasil. A enfermagem vem se tornando cada vez mais essencial no sistema de saúde e na assistência hospitalar já que, das equipes multiprofissionais, é a que atende o paciente no leito 24 horas. Com a pandemia, enfermeiros, técnicos e auxiliares se tornaram imprescindíveis para a saúde mundial”.

(*) Especial para o Hoje em Dia

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