Portuguesa radicada no Brasil fala sobre lição de vida aos 31 anos

Elemara Duarte - Hoje em Dia
28/10/2014 às 07:33.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:48
 (Fábio Granato)

(Fábio Granato)

Vale contar uma história de renascimento para os quatro ventos? Claro! E é isso que a jornalista e administradora Vânia Castanheira faz, seja em blog, palestras ou em livro. Essa portuguesa, radicada no Brasil, traz para as estantes “Minha vida comigo: o câncer foi minha cura” (Editora Ofício das Palavras, 240 págs., R$ 40), sobre seus desafios na busca da cura de um câncer de mama, que descobriu aos 31 anos.

O título do livro também é o nome do blog que a jornalista mantém desde que entrou em tratamento. Nele, Vânia fala sobre a necessidade do autoexame e dá dicas de cuidados com a beleza e a autoestima para as mulheres que enfrentam a doença.

Nas fotos do livro você aparece sempre sorridente, inclusive nos momentos da perda dos cabelos. É possível tirar alguma coisa positiva com a doença?

Passei por vários momentos muito difíceis, tristes e dolorosos. No entanto, os enfrentei. De cada um tentava tirar qualquer coisinha de positivo. Nem que fosse mínima. E é possível tirar alguma coisa boa de tudo! Até daqueles momentos mais desafiantes da vida.

Por exemplo...

O câncer possibilitou-me uma reavaliação da minha vida, que corria de forma automática e baseada no que exigiam de mim. Voltei aos meus prazeres e à minha profissão de paixão: escrever e jornalismo para “mudar o mundo”. Hoje sei que não posso mudar o mundo, mas posso torná-lo melhor. Aprendi a me maquiar e a dar valor à maquiagem. Revi os meus valores e os ressuscitei. Relevo certas situações, sou mais saudável, aprendi as maravilhas da alimentação funcional e pratico atividade física todos os dias. Escrevi um livro para dois países, criei um projeto social e medito cinco minutos por dia, o que me trouxe paz de espírito e equilíbrio, e assumi uma nova profissão, o coaching. A minha vida mudou totalmente.

Você acredita que todos nós nascemos com uma ‘missão’?
Acredito que todos nós devemos deixar um legado e que devemos fazer valer a pena esse momento tão curto que passamos vivos.

Quando você decidiu vir para o Brasil?
Aos 23 anos, quando quis ser jornalista para “mudar o mundo”. Quando terminei o curso e estava trabalhando como repórter num canal de TV em Portugal, comprei uma passagem para o Rio de Janeiro, convoquei a família, e parti. Em novembro de 2004, começa a minha jornada de luta em terras tupiniquins.

Por que expor tudo?
Adquiri tanta informação que se eu não partilhasse seria egoísta demais. E confesso que quando apertei o primeiro ‘publicar’ morri de medo.

Com a conclusão do tratamento, o que você pretende fazer da vida?
Quero viver e ser feliz,continuar com o meu maridão e ter um filho assim que o médico e o corpo deixarem. Ter energia e saúde para continuar praticando atividade física todos os dias e quero aprender a surfar.

Com a doença, o que você deixou para trás? E o que colocou no lugar vazio?
Deixei para trás magoas, ressentimentos, preocupações mesquinhas e que me tiravam o sono. Deixei para trás também o fato de eu não estar em primeiro lugar na minha vida. Hoje, começo o dia cuidando de mim.

Quando tiramos vícios de nossos hábitos, quase sempre resta-nos um vazio. O que você colocou de bom no lugar desses velhos costumes?

Vícios bons, tais como uma alimentação equilibrada e fazer a minha própria comida, sempre que possível. Além de ir à academia seis vezes por semana. E na organização do meu dia, procuro sempre qual vai ser a “hora da Vânia”.  

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