Saiba para onde foram os cães de raça resgatados de canil clandestino na Grande BH e como ajudar

José Vítor Camilo
12/11/2019 às 17:05.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:39
 (Reprodução vídeo)

(Reprodução vídeo)

Quando procurou a Polícia Civil (PC) para denunciar um canil clandestino, no último fim de semana, a Organização de Proteção Animal (OPA) Bichos esperava encontrar aproximadamente 20 animais no imóvel, localizado em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Entretanto, após busca e apreensão realizada no local na manhã desta terça-feira (12), acabaram sendo achados 50 cães de raça em condição de maus-tratos.

Diante de um número tão grande de animais, parte dos cachorrinhos foi levada para clínicas veterinárias, parte para abrigos de animais e, alguns deles, precisaram ser encaminhados para hotéis de animais, que estão sendo pagos pela OPA.

Diante disso, a organização está em busca de parceiros dispostos a ajudarem os animaizinhos maltratados, seja com tosa e banho, tratamento veterinário, alimentos e, até mesmo, abrigando temporariamente alguns dos animais. O Hoje em Dia conversou com uma das 13 pessoas que são voluntárias da OPA, que preferiu não ser identificada, mas deu detalhes sobre a situação em que os cachorros foram encontrados. 

"Eles viviam em gaiolas muito pequenas, amontoadas. Quando tiramos eles de lá, eles nem sabiam se locomover direito. Por serem grades, alguns ficavam enfiando a patinha e machucaram. Muitos deles com lesões nos olhinhos, todos com os pelos embolados, sem água, sem comida. Não tinha comida suficiente para alimentar tantos animais, inclusive as comidas que tinham foram apreendidas. Além disso, era um lugar muito quente, com telha de amianto logo acima das gaiolas", afirma a protetora. 

Os cães encontrados são de raças como pastor alemão, yorkshire, shitzu, pequinês, schnauzer e pug. No canil clandestino, ainda foram achados notas que indicavam que os filhotes eram vendidos por valores entre R$ 500 e R$ 800. "O que posso dizer é que este canil era antigo no mercado, a dona, que é peruana mas tem visto de permanência no Brasil, estava lá quando chegamos. Ela é uma senhora, mal consegue subir e descer escada. Não tem condição física para tratar dos animais, devia ter mais alguém que a ajudava", completa a voluntária da OPA. 

A protetora aproveita para alertar as pessoas que gostariam de comprar cães de raça sobre como evitar que seu filhote venha de uma situação de maus-tratos. "Esse canil era clandestino, não tinha autorização ou alvará da prefeitura, não era fiscalizado pela Vigilância Sanitária. O básico que as pessoas precisam fazer é verificar se o canil onde comprará seu cãozinho tem a autorização e, de preferência, visitar o local antes para saber quais são as condições dos animais mantidos ali", finaliza. 

A reportagem tentou contato com as proprietárias do canil, porém, nenhuma das ligações foram atendidas nesta terça-feira. Além disso, a assessoria da PC também foi procurada, mas, até o momento, o delegado responsável pela investigação ainda não se posicionou sobre o caso em investigação. 

Como ajudar 

Ainda segundo a integrante da OPA, alguns dos animais resgatados já estão na casa de voluntários, mas alguns deles precisaram ser levados para hoteizinhos, que serão custeados pela própria organização.

"Outros, em situação mais crítica, como um que estava com a pata necrosada, tiveram que ir direto para a clínica. Estou recebendo uma ajuda muito grande da clínica veterinária Consulveter, mas, por serem muitos animais, toda ajuda é bem vinda. Seja para consulta veterinária, banho e tosa, ou até para apadrinhar temporariamente um dos cachorrinhos que estão em hotéis", completa a protetora dos animais. 

O objetivo da OPA é, quando for possível, castrar e doar os animais. Entretanto, isso depende de uma decisão do juiz, já que, atualmente, os animais são considerados bens da dona do canil clandestino. Por isso, é preciso uma autorização da Justiça para que os animais possam ser doados formalmente para novos donos. 

Interessados em ajudar a OPA podem procurar pelo telefone (31) 98492-5344 ou pelo e-mail opabichos@gmail.com. Além disso, o contato com a organização também pode ser feito por suas páginas nas redes sociais: Facebook ou Instagram

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por