A Samarco tem prazo de 45 dias para apresentar um plano de localização, cuidado e resgate de animais que foram de alguma forma impactados pelo rompimento da barragem de rejeitos da companhia no dia 5 de novembro deste ano. O prazo foi estipulado em Termo de Compromisso Preliminar (TCP) assinado com o Ministério Público Estadual (MPE) no último dia 18 de dezembro.
A mineradora informou nesta quinta-feira (24) quye realizou essa semana o segundo sobrevoo para mapeamento de animais que ainda estejam em locais de difícil acesso, próximos à área atingida pela lama da barragem de Fundão. O sobrevvo foi realizado com um técnico do Ibama, um veterinário, um cinegrafista e um engenheiro, que realizaram o mapeamento, a filmagem e o georreferenciamento da área.
De acordo com a Samarco, a ação é parte de um trabalho que já resgatou, medicou e assistiu cerca de 600 animais e tem fornecido alimentação a outros 4 mil. A companhia também disse que profissionais especializados já atuam na área e garantem o atendimento às necessidades comportamentais e psicológicas dos bichos, estimulando os comportamentos naturais de cada espécie.
“Uma estrutura montada em Mariana abriga atualmente 484 animais e um hospital veterinário com sala de cirurgia encontra-se em funcionamento. Além disso, a empresa também faz a distribuição de insumos (milho, ração, fubá, farelo e sal, entre outros), em apoio aos produtores na zona rural de Mariana e Barra Longa. Para os animais abrigados, a Samarco desenvolve o planejamento para as ações de longo prazo, que prevê a busca por locais definitivos, como a devolução aos donos ou o encaminhamento para adoção”, diz boletim da empresa.
Depoimento
O presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, foi interrogado na última quarta-feira (23) pela primeira vez, na Polícia Federal. O depoimento do executivo foi tomado com privilégios na sede da PF em Belo Horizonte, no bairro Gutierrez. Diferentemente de outros interrogados, Vescovi entrou pelos fundos da delegacia.
Acompanhado de motorista e advogado, chegou em um Chevrolet Cruze com os vidros escuros, passou pela cancela de segurança, que estava arriada, e acessou a sede da superintendência pelo estacionamento. Um segundo veículo, Ford Fusion, completava a comitiva do CEO da Samarco. Esse carro já estava estacionado dentro da delegacia antes mesmo do início do interrogatório.
Considerado incomum, o procedimento chamou atenção dos servidores da polícia, já que esse tipo de tratamento é dispensado apenas a testemunhas, e não a investigados. Em nota, a assessoria de imprensa da corporação alegou “motivos de segurança” para permitir a entrada dos veículos da mineradora.